02 setembro 2015

SINDICALISTAS SOCIALISTAS DA CGTP-IN APRESENTAM PROPOSTA RESOLUÇÃO ALTERNATIVA SOBRE ELEIÇÕES LEGISLATIVAS AO CONSELHO NACIONAL DA CGTP-IN

Na sequência do trabalho que os sindicalistas socialistas da CGTP-IN tem desenvolvido, do conteúdo político-sindical das resoluções que nos tem levado a abstenções ou votos contra desde há cerca de dois anos e do método da sua elaboração, os membros da Comissão Executiva da CGTP da Corrente Sindical Socialista decidiram apresentar uma proposta alternativa de resolução ao CN de 02 de Setembro de 2015.

Esta proposta alternativa de resolução à que foi apresentada pela maioria assenta numa linha de identificação da situação em que a governação do PSD/CDS deixou o país, exorta à participação no acto eleitoral de 04 de Outubro de 2015 e faz um apelo claro ao voto nos partidos de esquerda para derrotar a direita, para derrotar a coligação PSD/CDS.

NAS ELEIÇÕES DE 4 DE OUTUBRO, 
TODOS A VOTAR PARA DERROTAR A DIREITA!
É NECESSÁRIO E URGENTE RETOMAR O CAMINHO DO DESENVOLVIMENTO
ECONÓMICO E SOCIAL E DO TRABALHO DIGNO!

O resultado de quatro anos de Governo da Direita, é um verdadeiro desastre para os trabalhadores, os reformados, os jovens e o Povo em geral!

As consequências das políticas de direita dos últimos anos, agravadas com a aplicação pelo PSD/CDS do Memorando da Troika, estão bem presentes na realidade política, social e económica do país e na vida diária dos trabalhadores e do povo.

OS TRABALHADORES, O POVO E O PAÍS ESTÃO PIOR!

Após quatro anos de governo da Direita:
  • Portugal, hoje, está pior economicamente. Tal como em 2012 e 2013, continuamos a empobrecer apesar das mentiras da propaganda do PSD/CDS;
  • Em Portugal, o problema da dívida pública não está resolvido! A dívida tem aumentado, ano após ano, e representa cerca de 130% do PIB;
  • Em Portugal, hoje, os trabalhadores vivem em piores condições. As remunerações representam apenas 43,8% do PIB (2014), quando em 2011, representavam 46,3%. Os ordenados e salários representam apenas 48,2% do rendimento disponível (2014), quando em 2011 representavam 50,9%;
  • Em Portugal, hoje, a contratação colectiva está bloqueada. O número de trabalhadores abrangidos pelos CCTs e o próprio número de CCTs negociados é irrisório, que dão total cobertura à sabotagem negocial patronal;
  • Em Portugal, hoje, os impostos não têm parado de aumentar. O IRS previsto para 2015 atingirá os 13,2 mil milhões de euros (12,9 milhões em 2014), quando em 2011 era de 9,78 mil milhões de euros. Entre 2011 e 2015, o aumento do IRS será de 34,4% (mais 3,54 mil milhões de euros);
  • Em Portugal, as desigualdades e a pobreza não têm parado de agravar-se, mesmo que a coligação PSD/CDS diga o contrário, apesar de sermos um dos países mais pobres e mais desiguais da Europa;
  • Em Portugal, hoje, há menos emprego e mais desemprego! Entre 2011 e 2014, perderam-se 244 mil empregos e o desemprego continua a níveis muito elevados, apesar das tentativas do Governo PSD/CDS em escondê-lo;
  • Em Portugal, os jovens não têm tido possibilidades de construir um futuro! A taxa de desemprego dos jovens permanece a níveis dos mais elevados da Europa, situando-se em torno dos 35%.
  • Em Portugal, entre 2011 e 2014, os desempregados de longa duração (DLD), (no desemprego há 12 e mais meses), aumentaram em mais 94 mil (de 242 para 336 mil). O Subsidio de Desemprego tem baixado e tem diminuído a taxa de cobertura e o tempo de protecção no desemprego;
  • Em Portugal, hoje, a emigração voltou a ser a única saída para centenas de milhares de trabalhadores. A emigração, incentivada pelo Governo, tem sido a solução para centenas de milhares de jovens e outros trabalhadores, a quem o país não tem oferecido condições dignas de trabalho. Actualmente emigram todos aqueles que, independentemente da idade, género ou qualificação profissional ou formação académica, não têm esperança de virem a ter uma vida decente;
  • Em Portugal, hoje, os reformados, na generalidade, vivem pior! O Governo PSD/CDS tem cortado as reformas e pensões e tem trazido intranquilidade e insegurança aos mais idosos. Existe um programa escondido da coligação PSD/CDS de novo agravamento do corte das reformas e pensões e de privatização da segurança social.
  • Em Portugal, hoje, o sistema de Educação e o Serviço Nacional de Saúde têm menos qualidade e prestam menores serviços públicos à população! O PSD/CDS, para além da Segurança Social, prepara-se também para reforçar a privatização da Escola Pública, entregando injustificadamente milhões aos colégios privados apesar de existir oferta pública disponível.
  • Em Portugal, hoje, os direitos sociais são menores! Entre 2011 e 2015, a protecção social (Complemento Social de Idosos – CSI, o Rendimento Social de Inserção – RSI, o Abono de Família e outros direitos sociais) foi reduzida no seu volume económico e restringidas as condições ao seu acesso.

O Governo do PSD/CDS caracteriza-se por, a coberto do Memorando da Troika, ter aplicado uma verdadeira politica neoliberal e conservadora, em todas as dimensões económicas, sociais e laborais. A sua estratégia, assumida desde o início da sua governação, foi a de “ir mais além” do que o próprio Memorando estipulava.

O aumento da exploração e do empobrecimento e a desvalorização do trabalho para enriquecer os detentores do capital é o denominador comum de uma política anti-laboral, anti-social e anti-patriótica, que procura agora, em vésperas de eleições legislativas, branquear responsabilidades e iludir a realidade para tentar evitar a condenação popular e prosseguir a mesma política – esta é a agenda politica que a coligação PSD/CDS esconde ardilosamente! Uma política, cujos protagonistas, contam com uma poderosa máquina de propaganda que usa e abusa da manipulação e da mentira, tentando transformar em sucesso o que é um comprovado desastre.

DERROTAR A DIREITA E A POLITICA DE DIREITA!

Não é inevitável que os trabalhadores e o povo português estejam condenados a uma política que afunda o país, desgraça as suas vidas e hipoteca o futuro das novas gerações.

Há soluções! No quadro das próximas eleições para a Assembleia da República, a mudança que os trabalhadores exigem e de que o país precisa, tem que ir no sentido da punição claro aos partidos PSD e CDS que conduziram o país para o actual estado de desastre nacional e do apoio massivo aos partidos que defendem um modelo de desenvolvimento do país diferente e mais justo, assente na defesa e criação de empregos com direitos, com salários e condições de trabalho dignas, com a defesa e promoção do Estado Social e a melhoria do acesso e da qualidade dos serviços públicos (saúde, educação e segurança social), com a melhoramento das condições de vida dos trabalhadores e da população em geral.

Levar a luta ao voto é expressar a condenação e penalização dos protagonistas das mentiras e falsas promessas sucessivamente repetidas, é dizer BASTA! E assumir a ruptura com a política de direita que está na origem das medidas de exploração dos trabalhadores, do empobrecimento do povo e do retrocesso económico e social do país. É afirmar a exigência de uma política alternativa viável de Esquerda que sirva os trabalhadores e o povo e que respeite a Constituição, garante de um Portugal independente com futuro.

No ano em que se comemora o seu 45º Aniversário, a CGTP-IN exorta os trabalhadores a continuarem a luta pela defesa das suas condições de vida e de trabalho e dos interesses do país. A sua participação activa neste processo eleitoral é fundamental para combater a abstenção e levar a luta ao voto em 4 de Outubro, para derrotar a Direita e contribuir para a vitória de um alternativa política de Esquerda.

TODOS E TODAS A VOTAR!

A Classe Trabalhadora exige politicas económicas, sociais e laborais que levem Portugal ao caminho do desenvolvimento económico e social e do trabalho digno! Politicas de direita não são a solução para os problemas de Portugal – politicas de direita, seja quem for que as aplique, tiveram, têm e terão todo o repúdio e combate de quem trabalha!

Por isto, em 4 de Outubro, todos a votar – é indispensável um voto para libertar o país, os trabalhadores e o povo do rumo do retrocesso social e para que Portugal retome urgentemente o caminho do desenvolvimento e de progresso económico e social e do trabalho digno, vinculado ao espírito do 25 de Abril.

Lisboa, 1.Setembro.2015

Os proponentes
  • Carlos Trindade
  • Fernando Gomes
  • Fernando Jorge
  • Carlos João Tomás
  • Vivalda Silva

Nenhum comentário: