A Corrente Sindical Socialista da
CGTP-IN saúda o PS e António Costa pela vitória:
MAIORIA
ABSOLUTA, ENORME CONFIANÇA E FORTE RESPONSABILIDADE!
O
Secretariado Nacional da Corrente Sindical Socialista (CSS) da CGTP-IN, reunido
no sábado, 5 de Fevereiro de 2022, para analisar o resultado das eleições de 30
de Janeiro e perspectivar o futuro, deliberou por unanimidade:
SAUDAR
EFUSIVAMENTE
O
Partido Socialista e o camarada António Costa pelo resultado das eleições!
Esta
vitória é ainda mais expressiva porque o PS dirigido por António Costa, durante
a campanha eleitoral, foi alvo de fortíssimos ataques provenientes quer das
Direitas quer dos outros partidos das Esquerdas contra o resultado dos seis
anos de governação da popularmente designada “geringonça”.
O
PS (e António Costa) venceu as eleições contra o ambiente que se viveu no
período eleitoral, especialmente nas vésperas das eleições, durante o qual
assistimos a uma campanha acutilante das Direitas, que tentaram criar uma onda
de vitória nas últimas 72 horas, utilizando alguma comunicação social, várias sondagens de muito duvidosa credibilidade e um aproveitamento extraordinário
das redes sociais.
A
CSS da CGTP-IN considera que o voto depositado por
tão grande número de portugueses e portuguesas expressa inequivocamente a
ENORME
CONFIANÇA DOS PORTUGUESES NO PS E EM ANTÓNIO COSTA.
Após
seis anos de governação do PS, realizada no quadro da “geringonça”, o povo
mobilizou-se, levando à redução da abstenção, e mais de dois milhões e duzentos
mil portugueses atribuíram-lhe a vitória eleitoral por maioria absoluta –
porquê?
Porque
confiaram no resultado concreto de seis anos de governação dirigida por António
Costa!
Os
portugueses tiveram bem viva na memória a acção do governo PS e do primeiro-ministro
António Costa:
- No
combate sanitário à pandemia
– fazendo de Portugal um dos países mais avançados a nível mundial neste
importante domínio;
- Na
reposição de direitos, salários e pensões que a Direita tinha retirado
durante o governo de Passos Coelho/Paulo Portas – entre muitos outros, desde o aumento do SMN em
40% nos últimos seis anos até à reposição dos quatro feriados, passando pela eliminação da sobretaxa suplementar do
IRS;
- Na aprovação de várias e importantes medidas sociais – a decisão sobre o valor máximo do passe
social de 40 euros, o aumento extraordinário das pensões, os apoios
sociais aquando do confinamento contra a COVID-19, entre muitas outras;
- No apoio a importantes empresas públicas –
como é o caso da ferrovia e da TAP;
- No reconhecimento do prestígio de Portugal e dos portugueses a nível
internacional –
como a presidência da EU no primeiro semestre de 2021 demonstrou e a
eleição de António Guterres como secretário-geral da ONU provou!
A
confiança dos portugueses no PS demonstrou-se também perante a necessidade de
combater as Direitas – a maioria dos portugueses escolheram e votaram Partido Socialista
e António Costa!
Perante
o ziguezague do PSD, o trauliteirismo do CHEGA e as medidas ultraliberais
propostas pela IL, os portugueses votaram PS, expressando que este é o partido
em que confiam e que é em António Costa que acreditam para dirigir o combate às
Direitas.
Finalmente,
perante o resultado das políticas da “geringonça” e dos riscos de uma vitória
das Direitas, os portugueses votaram Partido Socialista e não num dos restantes
três partidos desta convergência política (PCP, PEV e BE) – porquê?
Porque
recusaram validar, com o seu voto, o incompreensível chumbo do Orçamento na
generalidade, em Outubro passado!
Os
portugueses, com o seu voto, expressaram que incorporaram positivamente os resultados
da governação da “geringonça” (ao contrário dos restantes partidos das
Esquerdas, que os desvalorizaram arrogantemente) e que confiam no PS (e em
António Costa) para prosseguir essas políticas e efectuar o combate às Direitas!
A
CSS da CGTP-IN, perante o novo quadro político que se abre com esta vitória, considera
que
O
PS ASSUME UMA ENORME RESPONSABILIDADE COM A MAIORIA ABSOLUTA!
O
Povo em geral e os trabalhadores e as outras classes populares em particular,
com a maioria absoluta, entregaram ao Partido Socialista e a António Costa uma
enorme responsabilidade!
As
declarações do secretário-geral do PS na própria noite das eleições demonstram
que interpretou o novo quadro político – afirmou que iria manter as portas
abertas ao diálogo e compatibilizar os portugueses com as maiorias absolutas
(que tão más memórias deixaram na memória colectiva). Estas declarações são, por
si mesmo, um programa político!
Os
trabalhadores, os militantes, os delegados e os dirigentes sindicais, socialistas
e independentes, que votaram PS no dia 30 confiam que o próximo governo PS
dirigido por António Costa considere devidamente:
- Os graves problemas sociais e laborais
que não puderam ser resolvidos nas anteriores duas legislaturas o sejam
nesta, em especial a recuperação das consequências da pandemia e, em
particular, os vários serviços que compõem o Estado Social – e só o governo
do Partido Socialista o pode fazer;
- Que a dignidade do trabalho implica o
respeito e a evolução dos direitos laborais, salários elevados, diálogo social
a todos os níveis, desde as empresas até à Concertação Social, negociação
e contratação colectiva, livre exercício da actividade sindical nas
empresas e serviços, privados e públicos, acção inspectiva eficaz, justiça
de trabalho célere e acessível – e confiam que o governo do Partido
Socialista o realizará;
- A
efectivação de políticas públicas de
crescimento económico e de progresso social, tanto para o sector público
como para o sector privado, que respondam aos riscos da época em que
vivemos (transição digital e climática e desafio demográfico) e que
concretizem uma justa repartição da riqueza – e apenas o governo do
Partido Socialista garante que tal sucederá;
- A
continuação do combate para solucionar as graves assimetrias sociais e
regionais que persistem na sociedade portuguesa – e somente o governo do Partido
Socialista pode concretizar essas políticas públicas.
De
uma forma muito genérica, a CSS da CGTP-IN considera que estas são as
principais preocupações do povo que deu a sua confiança ao Partido Socialista
no dia 30!
As
esperanças que o povo depositou no PS, como que um “caderno de encargos” que os
mais de dois milhões e duzentos mil portugueses atribuíram ao PS, são de monta
– mas António Costa (e a sua reconhecida inteligência, vontade, experiência e
competência) e o Partido Socialista (e a sua capacidade de organização e
mobilização) dão garantias de que irão estar ao nível das circunstâncias!
Finalmente, a CSS da CGTP-IN analisou também
A
POSIÇÃO DA CGTP-IN NESTE NOVO QUADRO POLÍTICO.
A
Corrente constatou que o resultado eleitoral demonstrou que o posicionamento
sindical da CGTP-IN anterior às eleições foi errado e, consequentemente, justificou
plenamente a posteriori a oposição frontal
que então tomou.
Recordamos
que a CGTP-IN, nas vésperas das eleições, por decisão da maioria dos seus
dirigentes, membros da Corrente Sindical do PCP, tomou uma posição político-sindical
que induzia a uma votação contra o Partido Socialista e inspirava uma votação
na CDU – esta foi mais uma posição sectária e radical tomada pela CGTP-IN!
A
CSS da CGTP-IN, por seu lado, afirmou nessa altura que a CGTP-IN deveria erguer
político-sindicalmente a bandeira dos
benefícios da “geringonça”, combater a abstenção, apelar à votação nos partidos
das Esquerdas, alertar para o perigo e a necessidade de derrotar as Direitas e
jamais, implícita ou explicitamente, indiciar o voto num partido, neste caso,
na CDU – porém, esta posição da Corrente foi derrotada!
O
resultado das eleições demonstrou que, político-sindicalmente, a CGTP-IN também
perdeu na noite das eleições.
Numa
perspectiva estratégica, a Corrente considera que os resultados eleitorais
reforçam a justeza das críticas que tem vindo a fazer à actual estratégia sectária
e radical da CGTP-IN.
Os
trabalhadores e as classes populares necessitam de uma CGTP-IN activa e
interveniente para defenderem os seus interesses. Na generalidade, os partidos
das Esquerdas também necessitam de uma CGTP-IN forte e implantada na classe trabalhadora.
Mas a CGTP-IN tem de intervir e agir em nome e ao serviço dos interesses da classe
trabalhadora e dos seus aliados naturais, todos os partidos das Esquerdas, e no sentido de políticas
progressistas, como as realizadas pelo governo PS sustentado pela “geringonça”
e não, mesmo de forma induzida, em nome e ao serviço de um dos seus partidos,
no caso, o PCP!
A
evolução da situação económica e social dos próximos quatro anos em Portugal possibilitará
certamente que se continue a melhorar as condições de vida e de trabalho – se
não surgirem problemas ou situações inesperadas gravíssimas, como foi o caso da
COVID-19 em 2020.
Os
trabalhadores e as classes populares e, na generalidade, as Esquerdas,
necessitam de uma CGTP-IN:
- Cada vez mais democrática, defendendo o regime
democrático, logo, com mais participação dos trabalhadores e trabalhadoras
e dos sindicalistas, dos locais de trabalho à própria confederação,
mobilizando e organizando a classe trabalhadora, interagindo com a sociedade
e não fechada sobre si mesmo e com graves problemas de funcionamento
interno democrático;
- Mais reivindicativa, seja no sector privado seja no sector público,
logo, com capacidade de propor, negociar, lutar (quando necessário) e
acordar (se existirem ganhos de causa para os trabalhadores) – é
necessário continuar a melhorar as condições de vida e de trabalho
existentes em Portugal, mas não fomentando o conflito sem sustentação
sindical;
- Autónoma, logo, recusando ser
corrente de transmissão de qualquer partido político, no caso, o PCP, e
com vontade e capacidade política e cultural de definição de estratégias
sindicais próprias, especialmente na acção reivindicativa, na negociação e
contratação colectivas e na Concertação Social, que sirvam os interesses
da classe trabalhadora, construindo alianças sociais, convergências
políticas e plataformas sindicais para que, articuladamente, se alcancem
objectivos exequíveis.
A
Corrente considera que a CGTP-IN, com esta estratégia de acção sindical, servirá
os legítimos interesses da classe trabalhadora e aumentará o seu prestígio, implantação
e influência – o contrário se passará se continuar a realizar a estratégia que
tem sido seguida nos últimos anos!
É
neste combate que os sindicalistas socialistas e independentes vão continuar
empenhados – por um sindicalismo democrático, reivindicativo e autónomo, contra
o sectarismo e o radicalismo!