25 fevereiro 2022

Contra a guerra, pela Paz, contra a invasão da Ucrânia

 A Ucrânia foi invadida pela Rússia:

É inacreditável e inaceitável – exige-se a retirada da Rússia !!!

Solidariedade total com os trabalhadores e o povo ucraniano!

Contra a guerra, pela Paz!

A Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN, perante a invasão da Ucrânia pela Rússia, uma acção imperialista inaceitável, afirma que se impõe a exigência da retirada das tropas russas da Ucrânia!

A Corrente associa-se ao movimento sindical europeu e internacional na expressão da sua total Solidariedade quanto à situação que se vive na Ucrânia, com consequências terríveis para o povo, que quer trabalhar e viver em Paz.

A Corrente defende que a actual situação se deve resolver no quadro das Nações Unidas (ONU), recorrendo ao multilateralismo como forma de resolver o conflito que existe entre a Rússia e a Ucrânia.

Tal como referiu o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, a decisão da Presidência russa de reconhecer as duas regiões separatistas é inconsistente com a Carta da ONU e uma violação da integridade territorial.

A Corrente recorda que António Guterres pediu ainda uma solução pacífica do conflito no leste da Ucrânia, de acordo com os Acordos de Minsk, conforme endossado pelo Conselho de Segurança da ONU na resolução 2202 adoptada em 2015, posição esta que apoia totalmente.

A Corrente considera que o facto de a Rússia ter invadido a Ucrânia viola flagrantemente a Carta da ONU e é uma violação da integridade territorial da Ucrânia que agudiza todo o conflito. Por esta razão, esta acção inaceitável da Rússia deve ser condenada frontalmente.

O Mundo não pode aceitar uma acção agressiva e militarista desta natureza por parte da Rússia (ou de qualquer outro Estado) contra um Estado Independente, neste caso, a Ucrânia, pois a Carta da Nações Unidas é o quadro normativo no qual se devem resolver os conflitos entre Estados.

Assim, a Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN, apela ao diálogo entre todas as partes, sob os auspícios do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, mas considera que se  impõe que a Rússia imediatamente  recue da sua ofensiva militar contra um Estado Soberano para que este diálogo seja consequente e produtivo!

Nesta hora dramática, a Corrente transmite a sua total solidariedade aos trabalhadores ucranianos e às suas organizações sindicais, bem como aos imigrantes ucranianos que vivem e trabalham em Portugal.

CONTRA A GUERRA, PELA PAZ - EXIGE-SE A RETIRADA DA RÚSSIA!

O Secretariado Nacional da CSS da CGTP-IN

Lisboa, 25 de Fevereiro de 2022

09 fevereiro 2022

Posição da Corrente sobre resultados eleitorais das legislativas e posicionamento da CGTP-IN

 A Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN saúda o PS e António Costa pela vitória:

MAIORIA ABSOLUTA, ENORME CONFIANÇA E FORTE RESPONSABILIDADE!

O Secretariado Nacional da Corrente Sindical Socialista (CSS) da CGTP-IN, reunido no sábado, 5 de Fevereiro de 2022, para analisar o resultado das eleições de 30 de Janeiro e perspectivar o futuro, deliberou por unanimidade:

SAUDAR EFUSIVAMENTE

O Partido Socialista e o camarada António Costa pelo resultado das eleições!

Esta vitória é ainda mais expressiva porque o PS dirigido por António Costa, durante a campanha eleitoral, foi alvo de fortíssimos ataques provenientes quer das Direitas quer dos outros partidos das Esquerdas contra o resultado dos seis anos de governação da popularmente designada “geringonça”.

O PS (e António Costa) venceu as eleições contra o ambiente que se viveu no período eleitoral, especialmente nas vésperas das eleições, durante o qual assistimos a uma campanha acutilante das Direitas, que tentaram criar uma onda de vitória nas últimas 72 horas, utilizando alguma comunicação social, várias sondagens de muito duvidosa credibilidade e um aproveitamento extraordinário das redes sociais.

A CSS da CGTP-IN considera que o voto depositado por tão grande número de portugueses e portuguesas expressa inequivocamente a

ENORME CONFIANÇA DOS PORTUGUESES NO PS E EM ANTÓNIO COSTA.

Após seis anos de governação do PS, realizada no quadro da “geringonça”, o povo mobilizou-se, levando à redução da abstenção, e mais de dois milhões e duzentos mil portugueses atribuíram-lhe a vitória eleitoral por maioria absoluta – porquê?

Porque confiaram no resultado concreto de seis anos de governação dirigida por António Costa!

Os portugueses tiveram bem viva na memória a acção do governo PS e do primeiro-ministro António Costa:

  • No combate sanitário à pandemia – fazendo de Portugal um dos países mais avançados a nível mundial neste importante domínio;
  • Na reposição de direitos, salários e pensões que a Direita tinha retirado durante o governo de Passos Coelho/Paulo Portasentre muitos outros, desde o aumento do SMN em 40% nos últimos seis anos até à reposição dos quatro feriados, passando pela eliminação da sobretaxa suplementar do IRS;
  • Na aprovação de várias e importantes medidas sociais – a decisão sobre o valor máximo do passe social de 40 euros, o aumento extraordinário das pensões, os apoios sociais aquando do confinamento contra a COVID-19, entre muitas outras;
  • No apoio a importantes empresas públicas como é o caso da ferrovia e da TAP;
  • No reconhecimento do prestígio de Portugal e dos portugueses a nível internacional – como a presidência da EU no primeiro semestre de 2021 demonstrou e a eleição de António Guterres como secretário-geral da ONU provou!

A confiança dos portugueses no PS demonstrou-se também perante a necessidade de combater as Direitas – a maioria dos portugueses escolheram e votaram Partido Socialista e António Costa!

Perante o ziguezague do PSD, o trauliteirismo do CHEGA e as medidas ultraliberais propostas pela IL, os portugueses votaram PS, expressando que este é o partido em que confiam e que é em António Costa que acreditam para dirigir o combate às Direitas.

Finalmente, perante o resultado das políticas da “geringonça” e dos riscos de uma vitória das Direitas, os portugueses votaram Partido Socialista e não num dos restantes três partidos desta convergência política (PCP, PEV e BE) – porquê?

Porque recusaram validar, com o seu voto, o incompreensível chumbo do Orçamento na generalidade, em Outubro passado!

Os portugueses, com o seu voto, expressaram que incorporaram positivamente os resultados da governação da “geringonça” (ao contrário dos restantes partidos das Esquerdas, que os desvalorizaram arrogantemente) e que confiam no PS (e em António Costa) para prosseguir essas políticas e efectuar o combate às Direitas!

A CSS da CGTP-IN, perante o novo quadro político que se abre com esta vitória, considera que

O PS ASSUME UMA ENORME RESPONSABILIDADE COM A MAIORIA ABSOLUTA!

O Povo em geral e os trabalhadores e as outras classes populares em particular, com a maioria absoluta, entregaram ao Partido Socialista e a António Costa uma enorme responsabilidade!

As declarações do secretário-geral do PS na própria noite das eleições demonstram que interpretou o novo quadro político – afirmou que iria manter as portas abertas ao diálogo e compatibilizar os portugueses com as maiorias absolutas (que tão más memórias deixaram na memória colectiva). Estas declarações são, por si mesmo, um programa político!

Os trabalhadores, os militantes, os delegados e os dirigentes sindicais, socialistas e independentes, que votaram PS no dia 30 confiam que o próximo governo PS dirigido por António Costa considere devidamente:

  • Os graves problemas sociais e laborais que não puderam ser resolvidos nas anteriores duas legislaturas o sejam nesta, em especial a recuperação das consequências da pandemia e, em particular, os vários serviços que compõem o Estado Social – e só o governo do Partido Socialista o pode fazer;
  • Que a dignidade do trabalho implica o respeito e a evolução dos direitos laborais, salários elevados, diálogo social a todos os níveis, desde as empresas até à Concertação Social, negociação e contratação colectiva, livre exercício da actividade sindical nas empresas e serviços, privados e públicos, acção inspectiva eficaz, justiça de trabalho célere e acessível – e confiam que o governo do Partido Socialista o realizará;
  • A efectivação de políticas públicas de crescimento económico e de progresso social, tanto para o sector público como para o sector privado, que respondam aos riscos da época em que vivemos (transição digital e climática e desafio demográfico) e que concretizem uma justa repartição da riqueza – e apenas o governo do Partido Socialista garante que tal sucederá;
  • A continuação do combate para solucionar as graves assimetrias sociais e regionais que persistem na sociedade portuguesa – e somente o governo do Partido Socialista pode concretizar essas políticas públicas.

De uma forma muito genérica, a CSS da CGTP-IN considera que estas são as principais preocupações do povo que deu a sua confiança ao Partido Socialista no dia 30!

As esperanças que o povo depositou no PS, como que um “caderno de encargos” que os mais de dois milhões e duzentos mil portugueses atribuíram ao PS, são de monta – mas António Costa (e a sua reconhecida inteligência, vontade, experiência e competência) e o Partido Socialista (e a sua capacidade de organização e mobilização) dão garantias de que irão estar ao nível das circunstâncias!

 Finalmente, a CSS da CGTP-IN analisou também

A POSIÇÃO DA CGTP-IN NESTE NOVO QUADRO POLÍTICO.

A Corrente constatou que o resultado eleitoral demonstrou que o posicionamento sindical da CGTP-IN anterior às eleições foi errado e, consequentemente, justificou plenamente a posteriori a oposição frontal que então tomou.

Recordamos que a CGTP-IN, nas vésperas das eleições, por decisão da maioria dos seus dirigentes, membros da Corrente Sindical do PCP, tomou uma posição político-sindical que induzia a uma votação contra o Partido Socialista e inspirava uma votação na CDU – esta foi mais uma posição sectária e radical tomada pela CGTP-IN!

A CSS da CGTP-IN, por seu lado, afirmou nessa altura que a CGTP-IN deveria erguer político-sindicalmente a bandeira dos benefícios da “geringonça”, combater a abstenção, apelar à votação nos partidos das Esquerdas, alertar para o perigo e a necessidade de derrotar as Direitas e jamais, implícita ou explicitamente, indiciar o voto num partido, neste caso, na CDU – porém, esta posição da Corrente foi derrotada!

O resultado das eleições demonstrou que, político-sindicalmente, a CGTP-IN também perdeu na noite das eleições.

Numa perspectiva estratégica, a Corrente considera que os resultados eleitorais reforçam a justeza das críticas que tem vindo a fazer à actual estratégia sectária e radical da CGTP-IN.

Os trabalhadores e as classes populares necessitam de uma CGTP-IN activa e interveniente para defenderem os seus interesses. Na generalidade, os partidos das Esquerdas também necessitam de uma CGTP-IN forte e implantada na classe trabalhadora. Mas a CGTP-IN tem de intervir e agir em nome e ao serviço dos interesses da classe trabalhadora e dos seus aliados naturais, todos os partidos das Esquerdas, e no sentido de políticas progressistas, como as realizadas pelo governo PS sustentado pela “geringonça” e não, mesmo de forma induzida, em nome e ao serviço de um dos seus partidos, no caso, o PCP!

A evolução da situação económica e social dos próximos quatro anos em Portugal possibilitará certamente que se continue a melhorar as condições de vida e de trabalho – se não surgirem problemas ou situações inesperadas gravíssimas, como foi o caso da COVID-19 em 2020.

Os trabalhadores e as classes populares e, na generalidade, as Esquerdas, necessitam de uma CGTP-IN:

  • Cada vez mais democrática, defendendo o regime democrático, logo, com mais participação dos trabalhadores e trabalhadoras e dos sindicalistas, dos locais de trabalho à própria confederação, mobilizando e organizando a classe trabalhadora, interagindo com a sociedade e não fechada sobre si mesmo e com graves problemas de funcionamento interno democrático;
  • Mais reivindicativa, seja no sector privado seja no sector público, logo, com capacidade de propor, negociar, lutar (quando necessário) e acordar (se existirem ganhos de causa para os trabalhadores) – é necessário continuar a melhorar as condições de vida e de trabalho existentes em Portugal, mas não fomentando o conflito sem sustentação sindical;
  • Autónoma, logo, recusando ser corrente de transmissão de qualquer partido político, no caso, o PCP, e com vontade e capacidade política e cultural de definição de estratégias sindicais próprias, especialmente na acção reivindicativa, na negociação e contratação colectivas e na Concertação Social, que sirvam os interesses da classe trabalhadora, construindo alianças sociais, convergências políticas e plataformas sindicais para que, articuladamente, se alcancem objectivos exequíveis.

A Corrente considera que a CGTP-IN, com esta estratégia de acção sindical, servirá os legítimos interesses da classe trabalhadora e aumentará o seu prestígio, implantação e influência – o contrário se passará se continuar a realizar a estratégia que tem sido seguida nos últimos anos!

É neste combate que os sindicalistas socialistas e independentes vão continuar empenhados – por um sindicalismo democrático, reivindicativo e autónomo, contra o sectarismo e o radicalismo!