23 agosto 2011

Esclarecimento e debate de ideias


A propósito de um texto de apresentação da Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN, recebemos, em conjunto com outras organizações sindicais, de um remetente anónimo (verdadesindical@gmail.com) o email que aqui transcrevemos e que mereceu do Secretariado Nacional da Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN uma tomada de posição que aqui também publicamos.

Com vista a um melhor conhecimento das pretensões deste grupo, anexamos uma foto do seu 8.º congresso, ilustrativa do seu "elevado" nível sindical e demonstrativa do projecto que defendem para a CGTP-IN.

Para facilitar o entendimento, lembramos que a fotografia é de Novembro de 2009, e lá estão as seguintes "personalidades", da esquerda para a direita:

Carlos Trindade, Armindo Carvalho, Fernando Gomes, Helena André (à data Ministra do Trabalho do Governo PS/Socrates), não identificado, Óscar Soares e João Proença (secretário geral ugt).

Se atendermos ao lema do congresso, é caso para dizermos: Ah grandes sindicalistas!!!

Esclarecimento necessário

Com origem num endereço electrónico designado “verdade sindical” recebemos um texto que, a pretexto de dizer verdades – daí a designação do remetente! - pretende somente caluniar e difamar a Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN com argumentos malévolos e provocadores. Por isto, este texto não possui nenhuma preocupação ideológica.

A CSS da CGTP-IN poderia ter tido duas reacções a este texto: ou não respondia (e desprezava a provocação) ou respondia da mesma forma, provocadoramente.

A Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN decidiu ter outra reacção – decidiu discutir ideológica e publicamente com os camaradas que fizeram esta provocação. Eis aqui o nosso esclarecimento necessário:

Temos a firme convicção que, quem se esconde por detrás deste e-mail anónimo são camaradas nossos da CGTP-IN - mas que não têm comportamentos de camaradas porque preferem esconderem-se a discutirem politicamente as matérias em causa. Porque é mais fácil não ser escrutinado publicamente e continuar a intrigar e caluniar os outros camaradas às escondidas do que debater ideologicamente os assuntos - este é um método errado que tem que ser combatido frontalmente!

Nós assumimo-nos como sindicalistas socialistas da CGTP-IN! E fazemo-lo publica e conscientemente! Não nos escondemos atrás do anonimato mas publicitamos as nossas actividades, publicamos as nossas posições político – sindicais, expomos as nossas fotografias. E existimos enquanto corrente sindical constituída ao abrigo do artigo 13.º dos estatutos da CGTP-IN. E os outros sindicalistas, porque não assumem as suas convicções ideológicas? Porque não se apresentam publicamente? Será medo? Será dissimulação?

Nós damos “a cara” (como sindicalistas da CGTP-IN que somos)! Damos ”a cara” como cidadãos livres que somos, na sociedade democrática em que felizmente vivemos, e que politicamente optaram pela ideologia socialista;

Somos sempre assim - contra os patrões e a defender os direitos da classe trabalhadora; contra as más políticas dos governos, inclusive do governo que é suportado pelo nosso próprio partido; na CGTP-IN pela unidade e contra o sectarismo e o radicalismo;

A fotografia que acompanha este e-mail anónimo é, porém, publica – não se esconde por detrás de nenhum remetente anónimo, não foi tirada “á socapa” - qualquer cidadão pode entrar no nosso blogue e ver as fotografias das nossas actividades, incluindo esta;

As pessoas que estavam na mesa estiveram no encerramento dos trabalhos do nosso congresso – é verdade e não foram às escondidas! Sim, estiveram todos os camaradas referidos – inclusivé o João Proença, na sua qualidade de Secretário-Geral da “Tendência Sindical Socialista” do Partido Socialista e a Maria Helena André, que na altura era Ministra do Trabalho. A Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN tem muito orgulho na presença destes camaradas no seu congresso. Porquê? Porque a sua presença representa a democracia e a liberdade que existe no seio do Partido Socialista do qual somos militantes! Estes camaradas respeitam-nos a nós, como sindicalistas socialistas da CGTP-IN e nós respeitamo-las a eles, seja como sindicalista de outra Confederação – com a qual temos divergências conhecidas por todos - seja como (à época) ministra socialista. Ou seja, a sua presença simboliza a aceitação da diferença, a aceitação do outro, o pluralismo assumido, que existe no interior do Partido Socialista! Isto é uma mais valia; isto é a democracia!

O lema deste congresso foi: “valorizar o sindicalismo; lutar pela autonomia da CGTP-IN; desenvolver a democracia e combater a crise”. O remetente anónimo não gosta do quê? Do “valorizar o sindicalismo”? Então está contra a valorização do movimento sindical? Não acreditamos, isto é só demagogia! Lutar pela autonomia da CGTP-IN”? Então é contra a autonomia sindical? Quer um sindicalismo “corrente de transmissão” de um partido político? Para além da experiência histórica já existente, os trabalhadores, em todos os estudos de opinião, afirmam conscientemente que não querem os sindicatos dominados por qualquer partido político, seja ele qual for. A presença no congresso de uma ministra – a Maria Helena – representa o que acima dissemos. Ou seja, a sua presença não impediu que a nossa Corrente Sindical Socialista se tenha empenhado totalmente na mobilização da greve geral de 24 de Novembro de 2010, como todos sabem, aliás. O último lema era desenvolver a democracia e combater a crise”. O remetente está contra este lema? Não acreditamos – é, outra vez, demagogia em estado puro!

Finalmente, sim, somos sindicalistas da CGTP-IN – todos os da fotografia (excepto, naturalmente, o J. Proença e a Maria H. André)! E com provas dadas, com humildade e sem falsas modéstias! E somos todos (ou já fomos) dirigentes da CGTP-IN! E somos vermelhos - não somos amarelos! Quem escreveu aquilo que escreveu sabe que só escreveu mentiras porque nos conhece muito bem. Por isso é um caluniador – por isso, teve que se esconder atrás de um remetente anónimo; porque não tem coragem de dizer “cara a cara” o que escreveu anonimamente. Por isto, o texto é uma provocação!

Queremos fazer um desafio a quem se esconde atrás deste remetente anónimo - publique as fotos das reuniões de sindicalistas em que participa com os seus dirigentes partidários; tome posições de solidariedade com a classe trabalhadora chinesa que é explorada pelo capital enquanto o poder político do Partido Comunista Chinês proíbe a liberdade sindical, o direito à greve e a negociação colectiva; afirme na prática que tem capacidade e vontade de tomar decisões sindicais sem necessitar de ir ao seu partido buscar orientações. A CSS da CGTP-IN tem tomado, ao longo dos anos, todas estas posições no terreno objectivo da luta social e da luta ideológica em Portugal e no mundo!

O que acabámos de fazer é discussão ideológica concreta! Quem a quiser fazer com a CSS da CGTP-IN é bem-vindo porque estamos totalmente disponíveis para a fazer, seja através deste meio seja através de participações em seminários ou debates. Mas, se faz favor, dê a “cara”, não se esconda atrás de endereços electrónicos anónimos - quem assim procede é provocador, caluniador e difamador e nem parece ser sindicalista da CGTP-IN! Se tem medo de discutir ideológica e publicamente com os seus camaradas, como poderá ter coragem de enfrentar o capital nos locais de trabalho ou o poder político nas ruas?

A luta continua! Contra as injustiças e pela justiça social!

Por um sindicalismo de classe, democrático, independente, autónomo e de unidade!


Lisboa, 22 de Agosto de 2011

O Secretariado Nacional da CSS da CGTP-IN


12 agosto 2011

Carlos Trindade, Secretário-Geral da Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN, em entrevista ao Jornal Sol


Entrevista a Carlos Trindade, Secretário-Geral da Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN, ao Jornal Sol, publicada na edição n.º 258 de 12 de Agosto de 2011.

Vídeo:



03 agosto 2011

Elísio Estanque e Hermes Augusto Costa publicam, como co-organizadores livro sobre sindicalismo


Fruto de uma conjugação de preocupações sobre o mundo do trabalho, partilhadas no campo académico e no seio do movimento sindical, este livro discute com frontalidade os problemas e desafios do sindicalismo do nosso tempo, as suas fraquezas e potencialidades, as suas perplexidades e estratégias de acção e renovação.

Num primeiro momento, recuperam-se algumas abordagens teóricas e transformações sociais do sindicalismo, quer como forma de situar a relevância de conceitos, definições e tipologias, quer como meio de pensar respostas concretas e desenhar novos desafios no actual contexto de crise, nacional e internacional.

Num segundo momento, concede-se espaço particular às percepções dos sindicalistas sobre o próprio sindicalismo, sendo estes desafiados a reflectirem entre si (e com um público diversificado de docentes, estudantes, sindicalistas, etc.) sobre os aspectos relacionados com a crise e as estratégias de renovação do sindicalismo.

Por fim, apresenta-se um amplo leque de propostas para a edificação de um ?sindicato ideal?, mediante a sugestão de um conjunto de condições numa diversidade de domínios. De resto, é convicção generalizada dos vários contributos deste livro que a reflexão crítica e autocrítica sobre os sindicatos que temos não se confunde com a retórica anti-sindical que tem vindo a ganhar terreno no discurso público, e que requer um combate político persistente.