28 novembro 2008

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"CGTP
Criticas internas


Dois sindicalistas da linha minoritária da CGTP vieram a público denunciar a tentativa hegemónica dos comunistas dentro da central e o que consideram ser as posições sectárias e o falso sindicalismo unitário.

Carlos Trindade e Ulisses Garrido, em nome de muitos mais signatários, põem em causa as estratégias da Intersindical, comandadas a partir da Soeiro Pereira Gomes, a sede do PCP.

Em véspera do Congresso do Partido Comunista, em que a luta de massas assume especial importância nas Teses que vão ser discutidas, Ulisses Garrido e Carlos Trindade - membros da Comissão Executiva da CGTP - recusam a ditadura da maioria.

Ulisses Garrido, independente, recorda que há vinte anos o conceito de unidade era diferente. Então, procuravam-se consensos a partir da diversidade, mas agora, não.

O socialista Carlos Trindade vai longe e denuncia práticas que considera sectárias e que se tornam cada vez mais frequentes dentro da CGTP.

Os dois sindicalistas, que assinam um texto divulgado esta quinta-feira, frisam que a vida e a dinâmica de um sindicato ou de uma central sindical não se mede exclusivamente pelo número de lutas promovidas, num activismo radical sem resultados e isso tem acontecido muitas vezes na CGTP. Um dos exemplos, diz Carlos Trindade, foi a greve geral de 30 de Maio de 2007.

Outro ponto de divergência entre a maioria comunista e os socialistas e independentes é a filiação internacional da CGTP. Os minoritários, assim como alguns comunistas e o próprio secretário-geral viam com bons olhos a entrada da Inter na Confederação Sindical Internacional, mas esse não é o entendimento da maioria comunista mais ortodoxa.

Segundo Carlos Trindade, está-se actualmente a assistir a uma maior aproximação à FSM , a central comunista.

Para os sindicalistas minoritários, o aumento do número de membros da Comissão Executiva da CGTP, que a partir deste fim-de-semana passa a fazer parte do Comité Central do PCP, só torna mais clara a tendência que já se verificava.

“Há uma afirmação pública de uma tendência de maior controlo da direcção da CGTP e esta é a afirmação pública de uma tendência que há largos meses, desde o final do ano passado, já se vinha assistindo”, diz Carlos Trindade.

A Comissão Executiva da CGTP tinha 9 dos seus 18 elementos comunistas no Comité Central do PCP. Agora, apesar deste órgão partidário ter reduzido a sua dimensão, o número de dirigentes da cúpula da central sobe para 10 e todos da linha mais ortodoxa.

Apesar das divergências, os minoritários não desistem. Ulisses Garrido espera que se possam dar passos para a efectiva unidade, mas também diz que às vezes é preciso bater no fundo para perceber que é preciso mudar.

Reflexões e denúncias que, certamente, não vão passar ao lado de algumas das intervenções que serão feitas este fim-de-semana no 18º Congresso do PCP.

RV/Ana Carrilho, 28.11.2008, 1.53"

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