02 novembro 2020

Posição da CSS da CGTP-IN sobre eleições americanas

Fotografia de Joe Biden e Kamala Harris

Eleições americanas:

PELA PAZ, O DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO, O PROGRESSO SOCIAL, PELA REGULAÇÃO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS E OS DIREITOS HUMANOS NO MUNDO, É ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIO DERROTAR TRUMP NAS URNAS!

A Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN saúda os trabalhadores e os democratas americanos que estão empenhados no objectivo supremo de derrotar democraticamente Donald Trump e deseja-lhes êxito no seu combate, cuja importância ultrapassa as fronteiras dos Estados Unidos!

Ao fim de quatro anos de presidência, Donald Trump demonstrou que, além do seu carácter e comportamento, o fundamental é que ele demonstrou que prossegue convicta e aguerridamente uma agenda profundamente reaccionária, poderemos mesmo afirmar que procura implementar uma “revolução reaccionária” nos EUA e no Mundo que envolve as principais dimensões da actividade humana.

Economicamente, é um neoliberal, politicamente, é um nacionalista, internacionalmente, é um imperialista e, socialmente, é um hiperconservador – de forma excessivamente simplista, este é o traço comum das suas políticas.

Nos EUA, da sua presidência de quatro anos resulta, entre muitos outros exemplos, que cerca de noventa por cento das empresas americanas não pagam impostos, e os milionários tiveram os seus deveres fiscais reduzidos a níveis escandalosos; que a promoção do racismo e da agressividade contra minorias étnicas e imigrantes é uma constante; que o apelo permanente à lei e à ordem conduz cada vez mais a um ambiente de violência no espaço público; que o desrespeito constante pela ciência e pelo conhecimento tem como expressão maior a forma desastrosa como geriu a crise pandémica da COVID; que a violência verbal contra os órgãos de comunicação e a intimidação contra jornalistas que procuram escrutinar as suas políticas, afirmações e vida pessoal, colocam em causa a liberdade de expressão; que a forma iníqua como tentou nomear recentemente uma juíza ultraconservadora para o Supremo Tribunal prova que procura controlar todos os mecanismos democráticos do Estado de direito.

No quadro internacional, entre inúmeros exemplos, destacamos a saída dos EUA do Acordo de Paris sobre a Mudança do Clima, de 2015, que representa o seu desprezo pela Humanidade e pelo desenvolvimento sustentado; a saída dos EUA do Acordo com o Irão sobre Controlo do Nuclear, de 2015, revela que Trump escolhe a via do confronto internacional em vez da do desanuviamento; o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, em 2017, prova que desrespeita todos os tratados internacionais e as resoluções das Nações Unidas, apoia totalmente o governo de extrema-direita israelita e ataca o coração do direito do Povo palestiniano a um Estado independente; a sabotagem permanente ao processo de construção europeia e o apoio a todos os movimentos antieuropeus e nacionalistas expõe o seu ódio ao modelo económico e social europeu; o seu apoio aos movimentos de extrema-direita fascizante a nível mundial teve o seu ponto alto na recepção oficial na Casa Branca da presidente da Frente Nacional francesa, Marine Le Pen; o retrocesso civilizacional que procura alcançar é provado com o recente Acordo antiaborto que a sua administração promoveu e subscreveu com 31 países governados por ditadores.

A actual batalha eleitoral americana possui claramente características civilizacionais.

De um lado, estão todos aqueles que defendem os valores da paz, do desenvolvimento sustentado, do progresso social, da regulação das relações internacionais e dos Direitos Humanos, em linha com a evolução registada nos últimos setenta anos, apesar de vários e importantes recuos existentes nos últimos anos.

De outro lado, o de Donald Trump, encontra-se o regresso à barbárie das arbitrariedades sustentadas na força bruta, do autoritarismo baseado na vontade unipessoal, da desregulação das relações internacionais, do unilateralismo imperial do mais forte perante o mais fraco, das desigualdades e discriminações contra os mais frágeis, da desprotecção dos mais vulneráveis e do ataque desbragado a todas a políticas democratas e progressistas.

Nesta “guerra”, é necessário tomar posição; não tomar posição é, por omissão, ser-se conivente. Nem tão pouco corresponde à verdade dos factos em que, como “são todos iguais”, não se tomam posições!

Derrotar democraticamente Trump é o objectivo dos democratas e progressistas dos EUA (e de todo o mundo) – é nele que a CSS da CGTP-IN solidariamente se empenha e é por ele que saúda fraternalmente Joe Biden e Kamala Harris, desejando-lhes a vitória nas eleições de 3 de Novembro!

O Secretariado Nacional da CSS da CGTP-IN,

Lisboa, 02 de Novembro de 2020

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