20 maio 2024

NA CGTP-IN, O CONFRONTO DE IDEIAS E ESTRATÉGIAS CONTINUA...

OS SINDICALISTAS DA CORRENTE SINDICAL SOCIALISTA (CSS) DA CGTP-IN CONTINUAM A REAFIRMAR AS SUAS POSIÇÕES AUTÓNOMAS

A 16 de Maio de 2024 reuniu o Conselho Nacional da CGTP-IN.

Naturalmente, foi aprovada uma Resolução no final dos trabalhos.

Porém, os sindicalistas da CSS da CGTP-IN apresentaram várias propostas que foram recusadas pelos sindicalistas da Corrente Sindical do PCP.

Consequentemente, os sindicalistas da CSS da CGTP-IN não votaram favoravelmente a Resolução.

Perguntar-se-á:

Quais foram as propostas apresentadas e qual a razão para não serem aprovadas e integradas na Resolução?

Para responder a estas perguntas pertinentes, vamos seguidamente apresentar as propostas que foram recusadas – e cada um(a) retire as suas conclusões!

Proposta número um:

Esta política de direita e extrema-direita apoiada pelo patronato pode ser contrariada, combatida e impedida somente com a união, organização e luta dos trabalhadores nos locais de trabalho, ao nível nacional, com a criação de factores que promovam acções comuns entre os sindicatos nos sectores e entre as confederações sindicais, a nível nacional, e com a convergência entre todas as forças políticas de esquerda.

Comentário:

Porquê rejeitar e votar contra uma proposta sobre as convergências sindicais cada vez mais necessárias e o combate à extrema-direita?

Proposta número dois:

A actual situação política coloca à CGTP-IN a necessidade de valorização e reforço da unidade na diversidade, o aprofundamento da democracia interna, o fortalecimento da organização e a abertura para novas formas de intervenção, acção e luta.

A CGTP-IN, como representante dos interesses da classe trabalhadora em Portugal, tem pela frente um enorme desafio, mas parte, para o enfrentar e vencer, de uma história gloriosa de quase 54 anos de vida e experiência, que é reconhecida e estimada pelos trabalhadores e temida pelo patronato, pela direita e pela extrema-direita.

A classe trabalhadora em Portugal e a sociedade portuguesa necessitam de uma Confederação mais representativa, forte e combativa, capaz de contribuir para as necessárias mudanças sociais e políticas.

O reforço da extrema-direita em Portugal exige da CGTP-IN uma profunda reflexão sobre as causas, nomeadamente sobre as que têm origem nos locais de trabalho e nas empresas, e um combate firme e determinado a todas as políticas que signifiquem um retrocesso civilizacional. Está colocada com redobrada força a necessidade de um novo rumo para o país, assente na valorização do trabalho e dos trabalhadores, nos valores de Abril e na aplicação dos direitos inscritos na Constituição da República Portuguesa.

Comentário:

Por que razão a maioria da Corrente Sindical do PCP votou contra uma proposta que defende uma Confederação mais representativa, forte e combativa, capaz de contribuir para as necessárias mudanças sociais e políticas progressistas?

Proposta número três:

Também na Europa, continuamos a assistir aos ataques da Rússia à Ucrânia, com o bombardeamento a infra-estruturas críticas (centrais eléctricas, barragens, entre outras) e bairros residenciais, autênticos crimes de guerra. Continuamos a assistir à morte de civis pelos ataques injustificados e inaceitáveis da Rússia, cuja invasão condenamos, e afirmamos a necessidade de que este país pare com a agressão e retire as suas tropas dos territórios ocupados como forma de alcançar a paz.

O Conselho Nacional manifesta a solidariedade da CGTP-IN para com o povo e os trabalhadores da Ucrânia e exorta a que se trabalhe para alcançar a paz no âmbito das Nações Unidas.

Muitos outros conflitos continuam em todo o mundo, com milhares de feridos e mortos. Onde quer que haja guerra não há paz, não há liberdade, e são o povo e os trabalhadores que sofrem. A CGTP-IN reafirma a importância da ONU na prevenção de conflitos, mediação e negociação de soluções de paz, assim como o seu papel na ajuda humanitária, tão fundamental para evitar milhares de mortes.

Comentário:

Esta foi a proposta dos sindicalistas da CSS da CGTP-IN sobre a situação na Ucrânia que foi recusada pelos sindicalistas da Corrente Sindical do PCP.

A Resolução denuncia e condena o genocídio do povo palestiniano, exige um cessar-fogo e a defesa e o apoio à criação do Estado da Palestina, o que, naturalmente, contou com o apoio dos sindicalistas da CSS.

Porém, sobre a situação na Ucrânia, o projecto de Resolução era omisso.

Após esta proposta dos sindicalistas da CSS, a Resolução integrou uma referência à Ucrânia, no meio de tantos outros conflitos mundiais, perdendo a situação ucraniana a importância que possui!

Proposta número quatro:

Apelar ao voto nas eleições para o Parlamento Europeu de 9 de Junho. As eleições são fundamentais para os trabalhadores e trabalhadoras e para os reformados – a sua participação e votação nos partidos das esquerdas é essencial para que a direita e a extrema-direita não tenham votações significativas – a CGTP-IN, respeitando a liberdade de escolha de cada trabalhador(a) e reformado(a), mas coerente com o seu projecto sindical unitário, democrático e de esquerda, reafirma o apelo ao voto nos partidos das esquerdas.

Comentário:

A CGTP-IN é uma organização de trabalhadores e trabalhadoras que, na sua esmagadora maioria, são simpatizantes ou militantes de partidos das esquerdas – mas a CGTP-IN deve ser um espaço de convergências de todas as militâncias de esquerda! Só razões sectárias levam a que se rejeite esta proposta!

Comentário final:

O que leva a maioria dos sindicalistas da Corrente Sindical do PCP na CGTP-IN a recusar propostas sobre convergências sindicais que beneficiem os trabalhadores, a solidariedade com os trabalhadores e o povo da Ucrânia, o combate à extrema-direita, o reforço da unidade e as eleições europeias?

Os sindicalistas da CSS da CGTP-IN sempre defenderam a autonomia sindical da Confederação face aos partidos políticos, sempre recusaram a colagem das mensagens da CGTP-IN às do PCP, porque sempre entenderam que só uma Confederação plural e representativa serve os interesses da classe trabalhadora.

Os sindicalistas da CSS da CGTP-IN reafirmam o compromisso com a CGTP-IN e repetem que continuarão a intervir na Confederação, porque é necessário proteger e reforçar a unidade na diversidade e a autonomia da CGTP-IN – somente assim estaremos a proteger os interesses da classe trabalhadora!

O Secretariado Nacional da CSS da CGTP-IN

Lisboa, 19 de Maio de 2024

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