A 16 de Maio de 2024 reuniu o Conselho Nacional
da CGTP-IN.
Naturalmente, foi aprovada uma Resolução no final
dos trabalhos.
Porém, os sindicalistas da CSS da CGTP-IN
apresentaram várias propostas que foram recusadas pelos sindicalistas da
Corrente Sindical do PCP.
Consequentemente, os sindicalistas da CSS da CGTP-IN não votaram favoravelmente a Resolução.
Perguntar-se-á:
Quais foram as propostas apresentadas e qual a razão para não serem aprovadas e integradas na Resolução?
Para responder a estas perguntas pertinentes, vamos seguidamente apresentar as propostas que foram recusadas – e cada um(a) retire as suas conclusões!
Proposta número um:
Esta política de direita e extrema-direita apoiada pelo patronato pode ser contrariada, combatida e impedida somente com a união, organização e luta dos trabalhadores nos locais de trabalho, ao nível nacional, com a criação de factores que promovam acções comuns entre os sindicatos nos sectores e entre as confederações sindicais, a nível nacional, e com a convergência entre todas as forças políticas de esquerda.
Comentário:
Porquê rejeitar e votar contra uma proposta sobre as convergências sindicais cada vez mais necessárias e o combate à extrema-direita?
Proposta número dois:
A actual situação
política coloca à CGTP-IN a necessidade de valorização e reforço da unidade na
diversidade, o aprofundamento da democracia interna, o fortalecimento da
organização e a abertura para novas formas de intervenção, acção e luta.
A CGTP-IN, como
representante dos interesses da classe trabalhadora em Portugal, tem pela
frente um enorme desafio, mas parte, para o enfrentar e vencer, de uma história
gloriosa de quase 54 anos de vida e experiência, que é reconhecida e estimada
pelos trabalhadores e temida pelo patronato, pela direita e pela
extrema-direita.
A classe
trabalhadora em Portugal e a sociedade portuguesa necessitam de uma
Confederação mais representativa, forte e combativa, capaz de contribuir para
as necessárias mudanças sociais e políticas.
O reforço da extrema-direita em Portugal exige da CGTP-IN uma profunda reflexão sobre as causas, nomeadamente sobre as que têm origem nos locais de trabalho e nas empresas, e um combate firme e determinado a todas as políticas que signifiquem um retrocesso civilizacional. Está colocada com redobrada força a necessidade de um novo rumo para o país, assente na valorização do trabalho e dos trabalhadores, nos valores de Abril e na aplicação dos direitos inscritos na Constituição da República Portuguesa.
Comentário:
Por que razão a
maioria da Corrente Sindical do PCP votou contra uma proposta que defende uma
Confederação mais representativa, forte e combativa, capaz de contribuir para
as necessárias mudanças sociais e políticas progressistas?
Proposta número três:
Também na Europa, continuamos a assistir aos ataques da Rússia à Ucrânia,
com o bombardeamento a infra-estruturas críticas (centrais eléctricas,
barragens, entre outras) e bairros residenciais, autênticos crimes de guerra. Continuamos a assistir à morte de civis pelos
ataques injustificados e inaceitáveis da Rússia, cuja invasão condenamos, e
afirmamos a necessidade de que este país pare com a agressão e retire as suas
tropas dos territórios ocupados como forma de alcançar a paz.
O Conselho Nacional manifesta a solidariedade da
CGTP-IN para com o povo e os trabalhadores da Ucrânia e exorta a que se
trabalhe para alcançar a paz no âmbito das Nações Unidas.
Muitos outros conflitos continuam em todo o mundo, com milhares de feridos e mortos. Onde quer que haja guerra não há paz, não há liberdade, e são o povo e os trabalhadores que sofrem. A CGTP-IN reafirma a importância da ONU na prevenção de conflitos, mediação e negociação de soluções de paz, assim como o seu papel na ajuda humanitária, tão fundamental para evitar milhares de mortes.
Comentário:
Esta foi a proposta dos sindicalistas da CSS da CGTP-IN sobre a situação
na Ucrânia que foi recusada pelos sindicalistas da Corrente Sindical do PCP.
A Resolução denuncia e condena o genocídio do povo palestiniano, exige um
cessar-fogo e a defesa e o apoio à criação do Estado da Palestina, o que,
naturalmente, contou com o apoio dos sindicalistas da CSS.
Porém, sobre a situação na Ucrânia, o projecto de Resolução era omisso.
Após esta proposta dos sindicalistas da CSS, a Resolução integrou uma referência à Ucrânia, no meio de tantos outros conflitos mundiais, perdendo a situação ucraniana a importância que possui!
Proposta número quatro:
Apelar ao voto nas eleições para o Parlamento Europeu de 9 de Junho. As eleições são fundamentais para os trabalhadores e trabalhadoras e para os reformados – a sua participação e votação nos partidos das esquerdas é essencial para que a direita e a extrema-direita não tenham votações significativas – a CGTP-IN, respeitando a liberdade de escolha de cada trabalhador(a) e reformado(a), mas coerente com o seu projecto sindical unitário, democrático e de esquerda, reafirma o apelo ao voto nos partidos das esquerdas.
Comentário:
A CGTP-IN é uma organização de trabalhadores e trabalhadoras que, na sua esmagadora maioria, são simpatizantes ou militantes de partidos das esquerdas – mas a CGTP-IN deve ser um espaço de convergências de todas as militâncias de esquerda! Só razões sectárias levam a que se rejeite esta proposta!
Comentário final:
O que leva a maioria dos sindicalistas da Corrente Sindical do PCP na CGTP-IN a recusar propostas sobre convergências sindicais que beneficiem os trabalhadores, a solidariedade com os trabalhadores e o povo da Ucrânia, o combate à extrema-direita, o reforço da unidade e as eleições europeias?
Os sindicalistas da CSS da CGTP-IN sempre defenderam a autonomia sindical da Confederação face aos partidos políticos, sempre recusaram a colagem das mensagens da CGTP-IN às do PCP, porque sempre entenderam que só uma Confederação plural e representativa serve os interesses da classe trabalhadora.
Os sindicalistas da CSS da CGTP-IN reafirmam o compromisso com a CGTP-IN e repetem que continuarão a intervir na Confederação, porque é necessário proteger e reforçar a unidade na diversidade e a autonomia da CGTP-IN – somente assim estaremos a proteger os interesses da classe trabalhadora!
O
Secretariado Nacional da CSS da CGTP-IN
Lisboa,
19 de Maio de 2024
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