Ação Socialista:
23 janeiro 2025
Valorizar os profissionais de saúde em defesa do SNS (Acção Socialista n.º 1645 de 23.01.2025)
20 janeiro 2025
Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN reúne com Sindicato dos Jornalistas
A Corrente Sindical Socialista da CGT-IN foi hoje recebida pelo Presidente da Direcção do Sindicato dos Jornalistas, Luís Simões.
Na reunião fizemos uma abordagem sobre os desafios que se colocam aos trabalhadores e às suas organizações representativas, o papel dos Sindicatos e da CGTP-IN. A necessidade de trabalharmos, todos e todas, na defesa do trabalho e do sindicalismo.
A delegação da CSS da CGTP-IN foi composta por Fernando Gomes, Secretário-Geral, e Fernando Jorge Fernandes, membro do Secretariado da Corrente.
13 janeiro 2025
CONFERÊNCIAS DA FEDERAÇÃO DE BRAGA DO PARTIDO SOCIALISTA
O Secretário-Geral da Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN (CSS da CGTP-IN), Fernando Gomes, participou no passado sábado, 11 de Janeiro de 2025, nas Conferências organizadas pela Federação de Braga do Partido Socialista, no caso concreto sobre as transformações e ameaças ao trabalho digno.
12 janeiro 2025
150 ANOS DE ESPERANÇA - FUNDAÇÃO DO PARTIDO SOCIALISTA PORTUGUÊS A 10 DE JANEIRO DE 1875
A revista Portugal Socialista e a Tendência Sindical Socialista (CSS da CGTP-IN e TSS da UGT) organizaram no dia 10 de Janeiro de 2025, na sede do Partido Socialista, uma iniciativa "150 anos de esperança" que comemorou os exactos 150 anos da fundação do Partido Socialista Português, fundado em 1875.
Francisco Castro Rego e o fundador do PS José Neves abordaram a criação e evolução do socialismo ao longo dos anos.
Fernando Gomes (CSS da CGTP-IN) e José Abraão (TSS da UGT) falaram sobre socialismo, sindicalismo, democracia e progresso social.
Na ocasião, o Secretário-Geral da CSS da CGTP-IN, Fernando Gomes, fez um paralelo sobre a situação social em 1875 e a de hoje, onde a acumulação de riqueza, a pobreza e a exploração são traços comuns passados 150 anos.
A Iniciativa foi moderada por Miguel Cabrita e Porfírio Silva.
09 janeiro 2025
A crise intemporal da Justiça (Jornal Ação Socialista n.º 1635 de 09.01.2025)
Autor: Fernando Jorge Fernandes
Quando abordamos as diversas questões
da área da Justiça, desde logo surgem os diversos “especialistas” a fazer os
diagnósticos e a apresentar as terapêuticas que na sua douta sabedoria são
sempre as mais adequadas.
Bem podemos dizer que a Justiça está na
ordem do dia, pelo menos nos últimos 20 anos.
As televisões, as rádios e a imprensa
escrita praticamente todos os dias ocupam espaços informativos e de debate
sobre a justiça.
O que é certamente positivo. Deixaram
de ser apenas os profissionais da área a pronunciarem-se sobre as questões da
justiça. O cidadão passou a ter maior interesse e consciência sobre as questões
relacionadas com a justiça, o que se saúda!
Todavia, sempre que se fala de justiça,
falamos de crise!
E sobre a crise da justiça há sempre
uma forte tendência para culpar os agentes judiciários: ou são os juízes que
são demasiado brandos ou então muito duros; ou os Procuradores do Ministério
Público, porque investigam ou não investigam, acusam ou arquivam, ou os
advogados porque recorrem demais e, claro neste leque de “culpados” incluem-se
também os oficiais de justiça.
Há ainda os que, de forma simplista e
salomónica consideram que a culpa é de todos.
O que desde logo implica que a
responsabilidade não é de ninguém!
Sejamos claros: o funcionamento do
sistema de justiça, particularmente dos tribunais é sem dúvida deficiente e
provoca muitos entraves na desejável celeridade e qualidade de funcionamento do
mesmo.
Ou seja, o grande problema do nosso
sistema de justiça é obviamente estrutural.
E não foi a reforma Judiciária de 2014
implementada pelo Governo PSD/CDS, que veio alterar para melhor o funcionamento
do sistema.
Apesar dos sucessivos avisos das
estruturas sindicais de Juízes, Procuradores e oficiais de justiça e até da
Ordem dos Advogados, de que não estavam reunidas as necessárias condições para
a sua implementação, o Governo PSD-CDS/PP teimou em implementar no terreno a
nova organização judiciária, que diminuía as 231 comarcas até então existentes
para apenas 23 novas comarcas e encerrando 20 tribunais. - Reforma do Mapa
Judiciário, DL 49/2014, de 27/3, que regulamenta a Lei 62/2013, de 26/8 (Lei da
Organização do Sistema Judiciário).
Este novo modelo assentou em duas
grandes opções políticas desse Governo PSD/CDS: diminuição e consequente
afastamento dos tribunais das populações e um novo modelo de gestão.
Foi patente a algumas jurisdições, um
excessivo afastamento entre o cidadão e as estruturas judiciárias – separação
que atingiu sobretudo zonas territoriais e segmentos populacionais já
vitimizados por outros fatores de vulnerabilidade, nomeadamente os que decorrem
da interioridade.
A mencionada diminuição da oferta de
serviços judiciários aos cidadãos refletiu-se sobretudo nas áreas sociais, com
a diminuição e consequente afastamento dos tribunais de trabalho e de Família e
Menores, assim se dificultando o desejável acesso à resolução da
conflitualidade emergente nestas importantes áreas da justiça.
Esta reforma, que foi efectuada num
quadro de falta de mais de 1.000 oficiais de justiça, com obras de adaptação à
nova realidade a decorrer e em grande parte dos tribunais e, principalmente,
com o sistema informático obsoleto e por isso desadequando e desajustado das
necessidades desta gigantesca mudança de paradigma acabou por ocasionar
gravíssimos constrangimentos no normal funcionamento do sistema de justiça.
Tribunais houve onde os processos
estiveram parados mais de 3 meses com centenas de diligências, incluindo
julgamentos, adiados devido ao mencionado “apagão” do sistema informático dos
tribunais.
Bem se pode dizer que a implementação
desta famigerada reforma causou o caos nos tribunais.
E a situação só foi atenuada quando em
2016 o Ministério da Justiça do Governo do Partido Socialista decidiu aproximar
a justiça dos cidadãos, procedendo à correcção de erros do mapa judiciário do
anterior Governo PSD/CDS. Desde logo com a reactivação de 20 circunscrições
(tribunais) que haviam sido extintas, e aí se passando a praticar, tal como nas
23 anteriormente designadas secções de proximidade, diversos actos judiciais,
assim se operando uma imprescindível aproximação entre o tribunal que julga e a
comunidade.
Eis aqui um exemplo paradigmático
daquilo que pode e deve ser melhorado no funcionamento do sistema de justiça,
pela intervenção do poder político.
Aqui chegados é, pois, altura de
responsabilizar fortemente o poder político, quer o executivo quer o
legislativo pela tão badalada crise da justiça que todos falam.
São os sucessivos governos que têm tido
os meios económicos e políticos para a resolver e não o têm feito. Apenas se
registando um indesejável inflacionamento de medidas legislativas
contraditórias e inconsequentes que tem determinado uma diminuição da qualidade
e da celeridade da justiça.
É um erro de análise dizer-se que são
os agentes da justiça que criam e alteram o sistema de justiça e que são os
responsáveis pela má legislação, pelas deficientes estruturas e pelo sistemático
déficit de profissionais.
Tudo isso é responsabilidade do poder político.
Compete-lhe decidir e contemplar os
Orçamentos de Estado com os meios económicos e financeiros necessários para
resolver as falhas de magistrados, oficiais de justiça, instalações, meios
tecnológicos e também, claro, uma adequada formação de todos os seus agentes.
Como disse um anterior Bastonário, o
problema fundamental da Justiça é a sistemática falta de investimento por parte
dos sucessivos governos.
A justiça e os tribunais são seguramente uma área da nossa sociedade com muitas outras questões que merecem uma abordagem especifica: os processos mediáticos, as prescrições, o corporativismo das agentes judiciários, a separação de poderes, o segredo de justiça e tantos outros, são certamente temas que justificam uma reflexão especifica.
CSS da CGTP-IN/Justiça
Ação Socialista
https://www.accaosocialista.pt/#/1635/a-crise-intemporal-da-justica