Pela Paz, contra a Guerra!
PELO DIREITO INTERNACIONAL!
Após três anos da invasão da Ucrânia pela Rússia, o povo mártir ucraniano enfrenta agora a chantagem e a extorsão de Trump. É preciso parar a guerra, a destruição e mortes na Ucrânia e o roubo das suas matérias-primas, necessárias para a reconstrução do país.
(24.02.2022)
Fazem hoje três anos sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia com todas as consequências nefastas para a Europa e o mundo, mas, especialmente para os trabalhadores e o povo da Ucrânia.
Assistimos, nos últimos três anos, a dezenas de milhares de mortos e feridos de ambos os lados, com particular destaque para as populações civis ucranianas, milhões de refugiados, destruição maciça de infra-estruturas, em particular, sanitárias, energéticas, de transportes e de educação. A Ucrânia está destruída, mas o povo ucraniano resiste com determinação à guerra injusta que lhe foi imposta de forma bárbara pela intervenção imperialista da Rússia e violando frontalmente o Direito Internacional.
A Rússia tenta destruir o Direito Internacional e toda a arquitectura das Nações Unidas, concretizados após a derrota do nazifascismo na Segunda Guerra Mundial, o que, a partir de então, representou um enorme progresso civilizacional.
Porém, a capacidade de resistência do povo e dos trabalhadores ucranianos, a solidariedade de muitos estados a nível mundial e a resiliência das instituições internacionais impediram até agora que a Rússia concretizasse os seus objectivos. Destacam-se nesta solidariedade mundial a maioria absoluta dos estados-membros da União Europeia e a própria EU, assim como os EUA sob a administração de Joe Biden.
Desde a primeira hora, o movimento sindical europeu e internacional participou nesta grande campanha de solidariedade internacional, sublinhando a sua fraternidade com os trabalhadores ucranianos, assim como com a generalidade do povo ucraniano – e a Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN (CSS da CGTP-IN) esteve ao lado daqueles que condenaram o invasor, a Rússia, e solidarizou-se com o país invadido, a Ucrânia[i].
A
posição da CSS da CGTP-IN ao longo destes três longos anos foi sempre clara
e inequívoca:
1.
Condenámos a injusta e inaceitável
invasão da Ucrânia pela Rússia;
2.
Exigimos a retirada
das tropas russas da Ucrânia;
3.
Que a
situação devia ser solucionada no quadro das Nações Unidas (ONU), recorrendo ao
multilateralismo como forma de resolver o conflito;
4.
Sempre considerou
que o facto de a Rússia ter invadido a Ucrânia é uma acção imperialista e viola
flagrantemente a Carta da ONU e é uma violação brutal da integridade
territorial da Ucrânia;
5.
Defendeu as posições do secretário-geral
da ONU, António Guterres, que pediu uma solução pacífica do
conflito no leste da Ucrânia, de acordo com os Acordos de Minsk, conforme
endossado pelo Conselho de Segurança da ONU na resolução 2202 adoptada em 2015;
6. Transmitiu a sua total solidariedade aos trabalhadores ucranianos e às suas organizações sindicais, bem como aos imigrantes ucranianos que vivem e trabalham em Portugal.
As posições da CSS da CGTP-IN foram, ao longo destes três anos, apresentadas sucessivamente pelos nossos dirigentes sindicais ao Conselho Nacional da CGTP-IN[ii], e, foram sempre rejeitadas, devido à incapacidade dos dirigentes sindicais da Corrente de Opinião Político-Ideológica do PCP em assumirem posições autónomas das posições político-partidárias do seu partido. Passados três anos, estes dirigentes continuam a rejeitar a condenação da Rússia e a retirada das tropas Russas dos territórios ocupados que acabaria com a invasão injusta e injustificada da Ucrânia, conforme resolução[iii] da última reunião do Conselho Nacional, realizado no passado dia 12 de Fevereiro, apesar de os dirigentes sindicais da CSS da CGTP-IN novamente o terem proposto.
A Ucrânia enfrenta um novo desafio – um novo risco: Donald Trump!
Neste terceiro aniversário, os trabalhadores e o povo ucraniano enfrentam um novo e enorme risco – a atitude inacreditável e inaceitável do actual presidente dos EUA, Trump, para solucionar a guerra. Trump já começou a negociar uma paz directamente com a Rússia sem participação da própria Ucrânia e da UE, baseada na perda de cerca de 20% de território ucraniano e, simultaneamente, na exigência à Ucrânia da entrega da exploração das matérias-primas essenciais ucranianas aos EUA. Esta exigência inacreditável tem como justificação o apoio (militar e económico) americano concedido até ao momento e tem como cenário a chantagem de Trump em como vai cessar o indispensável apoio militar americano à Ucrânia para enfrentar as tropas russas.
A posição de Trump é de cedência total ao imperialismo da Rússia e de verdadeira extorsão à Ucrânia pois as matérias-primas são essenciais para a sua reconstrução. Assim, Trump ataca directamente as Nações Unidas, as deliberações que esta tomou sobre a guerra e viola frontalmente o Direito Internacional.
Ao fim de três anos, de mortandade e destruição, de violação do Direito Internacional e Carta das Nações Unidas, os trabalhadores e o povo ucraniano enfrentam mais este novo e enorme desafio!
Honra e solidariedade aos trabalhadores e ao povo
ucraniano!
Pela Paz, contra a Guerra
PELO DIREITO INTERNACIONAL!