27 janeiro 2012

O DIREITO DE TENDÊNCIA NA CGTP-IN REJEITADO EM CONGRESSO



O DIREITO DE TENDÊNCIA NA CGTP-IN

No XII Congresso da CGTP-IN, em que estou a participar como Membro do Conselho Nacional (para que fui reeleito), coube-me a tarefa de ir defender perante todos os congressistas uma proposta do meu sindicato (SPGL – Sindicato Professores da Grande Lisboa) em favor da regulamentação do direito de tendência – proposta essa que não foi aprovada no Congresso.

Queria aqui partilhar resumidamente as razões políticas que defendi:

  1- Este direito consta da legislação, está consagrado nos estatutos da CGTP-IN, mas não está  regulamentado (e a lei impõe que o esteja);

 2-Todos sabemos que a unidade sindical na CGTP-IN assenta em várias CORRENTES DE OPINIÃO POLÍTICO-IDEOLÓGICA (comunistas, socialistas, católicos, bloquistas, autónomos, etc.): somos todos sindicalistas (dirigentes e activistas sindicais) de diferentes sensibilidades políticas… e é nesta diversidade que, todos em conjunto, trabalhamos unidos, por objectivos comuns;

No SPGL temos já experiência de uma prática unitária, que respeita as várias sensibilidades político-sindicais, e as congrega para os objectivos colectivos que definimos em conjunto; pensamos até que esta abertura, a convivência desta variedade e diversidade de pensamento e pontos de vista é enriquecedora para a nossa acção sindical… e os nossos colegas têm-nos apoiado;

Do mesmo modo que uma sociedade democrática e as suas instituições (e os sindicatos, e a CGTP-IN, são instituições absolutamente essenciais na democracia, até porque lutaram por ela e ajudaram a criá-la – como referiu  recentemente Manuel Carvalho da Silva numa entrevista na televisão!) funcionam numa base de pluralidade de opiniões, agregando livremente os cidadãos em função dos objectivos comuns que assumirem, a CGTP é constituída por homens e mulheres livres, cidadãos a tempo inteiro, que pensam pela sua cabeça, cada um com a sua opinião ideológica, política e religiosa, de que pode prescindir para se comprometer no trabalho sindical comum… pois isso seria um empobrecimento intelectual (e a CGTP-IN tem repetidamente dito, e com razão, que é contra os empobrecimentos!);

Pelo contrário, os unanimismos – como se estivéssemos sempre todos de acordo – delapidam esta imagem aberta a todos e unida na pluralidade que deve ser a da CGTP-IN, pois dá uma imagem de falta de discussão e de democracia interna;

Além disso, é a UNIDADE NA DIVERSIDADE que nos torna muito mais fortes… em que cada um é uma parte importante da construção dessa unidade;

Este enquadramento já existe actualmente na central, mas está por regular (e por exercer realmente, de forma aberta).

O resultado das votações nem sempre resulta da validade política das mesmas, como todos sabemos… mas será sempre no combate político persistente pelas ideias que julgamos justas que nos encontraremos, uma e outra vez… enquanto membros de uma tendência (formal ou informalmente reconhecida) e activistas sindicais.

M. Pereira dos Santos
27 Janeiro de 2012

Nenhum comentário: