29 maio 2025

O Sindicalismo como espaço de resistência (Ação Socialista n.º 1727 de 29.05.2025)

Por Fernando Gomes

A actividade sindical é por natureza o espaço de reivindicação, acção e luta, por melhores condições de trabalho, direitos e salários. No actual contexto social e político, o sindicalismo ganha preponderância, tanto na resistência ao ataque aos direitos e ao Estado Social, como na identificação e resolução dos problemas concretos dos trabalhadores e trabalhadoras.

Os resultados eleitorais de 18 de Maio de 2025 foram desastrosos para o Partido Socialista e os restantes Partidos das Esquerdas. Muitas são as razões que a seu tempo discutiremos nos órgãos dirigentes do PS e a que voltaremos neste espaço da Tendência Sindical Socialista (CSS da CGTP-IN e TSS da UGT).


O reforço dos Sindicatos:

Ao longo dos anos, os sindicalistas socialistas da CGTP-IN têm defendido que o PS deveria incentivar os seus militantes e simpatizantes trabalhadores a sindicalizarem-se, seja nos sindicatos da CGTP-IN seja nos da UGT, e a intervir na sua acção; que se assumam disponíveis para serem delegados e dirigentes sindicais, no sentido de influenciar as reivindicações e a luta por melhores condições de trabalho, pela melhoria dos direitos e pelo aumento dos salários. E, naturalmente, que estejam disponíveis para assumir responsabilidades de direcção na própria estrutura sindical.

A vida das pessoas, trabalhadores e trabalhadoras, é significativamente melhorada através da actividade sindical, do reforço dos Sindicatos, para o desempenho da acção que lhes está destinada.

A negociação de um acordo de empresa ou de um contrato colectivo de trabalho para um determinado sector, contribui significativamente para a melhoria das condições de vida de milhares de cidadãos, conseguindo ganhos, direitos e salários para a classe trabalhadora.

É neste contexto e com este objectivo que lançamos o apelo aos trabalhadores e trabalhadoras simpatizantes ou militantes do Partido Socialista para que se filiem nos sindicatos dos seus sectores de actividade, que participem na sua vida e que se candidatem a delegados e dirigentes sindicais.


Desafios de futuro:

A importância do reforço dos Sindicatos torna-se mais premente em função das agendas políticas que a direita e a extrema-direita estão a pôr em discussão. Pelas alterações à Constituição da República Portuguesa (CRP) preparam-se para enfraquecer os direitos dos trabalhadores, desde a protecção no despedimento ao direito à greve.

Outro ataque a que precisamos de resistir é ao Estado Social. O movimento sindical precisa estar preparado para combater todo e qualquer ataque ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), à Segurança Social, pública e universal, à Educação, à Habitação e também à Cultura.


Alianças sociais, sindicais e políticas:

É neste contexto que o movimento sindical tem a obrigação e o dever para com a classe trabalhadora em ultrapassar desconfianças e procurar estabelecer alianças sociais com organizações de defesa de interesses específicos (jovens, mulheres, imigrantes, reformados e pensionistas); alianças sindicais, desde os locais de trabalho, sectores de actividade até às Confederações Sindicais; alianças políticas entre o movimento sindical e os Partidos das Esquerdas em defesa de objectivos comuns, como sejam a defesa do Estado Social (saúde, educação, segurança social, habitação) e os valores essenciais da CRP.

Este conjunto de alianças, se já fazia sentido no passado, agora, com a direita e extrema-direita a ter no Parlamento uma maioria de dois terços, tornam-se ainda mais essenciais. Alianças que envolvam o movimento sindical, a sociedade civil e os Partidos das Esquerdas.

É esta linha de intervenção e acção que mobiliza os sindicalistas da Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN, pois, entendemos que a procura de pontos comuns fortalece a nossa luta em prol da construção de uma Sociedade mais justa e solidária.


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