30 outubro 2025

Mulheres Socialistas e Juventude Socialista: novos desafios, os mesmos compromissos (Ação Socialista n.º 1813 de 30.10.2025)

Por Fernando Gomes

A propósito das reuniões que, nos últimos dias, a Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN realizou com as Mulheres Socialistas e a Juventude Socialista, entendemos que se colocam a estas duas organizações desafios simultaneamente políticos, sociais e civilizacionais.

Desafios que exigem uma resposta firme, coerente e articulada, à altura dos valores que inspiram o socialismo democrático e que as Mulheres Socialistas e a Juventude Socialista têm presente há muitos anos: igualdade, liberdade, solidariedade e justiça social.


1. As mulheres na linha da frente da igualdade e da democracia

A luta das mulheres trabalhadoras tem sido um dos pilares da transformação social em Portugal.

A sua participação nas empresas, nos sindicatos, na política e nas instituições públicas contribuiu decisivamente para o progresso do país desde o 25 de Abril.

No entanto, persistem desigualdades: salariais, profissionais e, sobretudo, estruturais.

O novo contexto laboral, com a intensificação da precariedade e a dificuldade em conciliar a vida profissional e familiar, volta a colocar as mulheres sob enorme pressão. São elas as primeiras vítimas de horários desregulados, de vínculos precários e da insuficiência de apoios à maternidade e à infância.

É por isso que as Mulheres Socialistas – Igualdade e Direitos, lideradas por Elza Pais, assumem, em nosso entender, um papel decisivo.

A sua intervenção continuará certamente a exigir a plena aplicação da Agenda do Trabalho Digno, a combater os retrocessos que o Governo da AD (PSD/CDS) quer impor e a reforçar a participação das mulheres nos sindicatos, nas empresas e nos órgãos de decisão.

O desafio que lançamos é claro: integrar os sindicatos, reforçar o sindicalismo que reivindica salário igual para trabalho igual, horários compatíveis com a vida familiar e políticas públicas que libertem as mulheres das desigualdades que ainda as aprisionam.

 

2. A Juventude Socialista perante a precariedade

A Juventude Socialista, dirigida por Sofia Pereira, enfrenta talvez a missão mais difícil da sua história recente: mobilizar uma geração que trabalha mais, ganha menos e vive com menos segurança e esperança do que os seus pais.

O pacote laboral “Trabalho XXI”, apoiado pela direita e pela extrema-direita, é uma verdadeira ameaça para os jovens: legaliza novas formas de precariedade, fragiliza a contratação colectiva e reduz o poder dos sindicatos.

A resposta tem de vir também da juventude.

É essencial que os jovens socialistas que entram no mercado de trabalho se sindicalizem, participem nos sindicatos e assumam funções de direcção, tornando-se a nova geração de delegados e dirigentes sindicais, no nosso caso, no seio do movimento sindical associado à CGTP-IN.

O futuro do sindicalismo e da democracia também depende da sua participação.

O combate à precariedade e à exploração passa por transformar a indignação em acção, por fazer da intervenção sindical um espaço de esperança, coragem e mobilização.

 

3. Alianças para um novo ciclo de progresso social

As recentes reuniões entre a Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN, as Mulheres Socialistas e a Juventude Socialista mostraram que há terreno fértil para a cooperação.

Há um combate comum: o da defesa do Estado Social, da habitação, do ambiente, do trabalho digno, da igualdade e da paz.

E há um propósito comum: garantir que os valores de Abril continuam a orientar o futuro, resistindo ao avanço do individualismo, da extrema-direita e da indiferença social.

A acção convergente entre as mulheres socialistas, a juventude socialista e os sindicalistas socialistas é mais do que uma necessidade conjuntural — é uma exigência de coerência histórica.

A nossa luta é pela igualdade que emancipa, pela solidariedade que une e pela esperança que transforma.

É este o caminho que devemos percorrer juntos — no trabalho, nos sindicatos e na sociedade.

Ação Socialista:

https://www.accaosocialista.pt/?edicao=1813#/1813/mulheres-socialistas-e-juventude-socialista-novos-desafios-os-mesmos-compromissos

16 outubro 2025

Participação, Democracia, Combatividade, Autonomia e Convergência (Ação Socialista n.º 1803 de 16.10.2025)

Reforçar o Movimento Sindical para Combater a Direita e a Extrema-Direita

A Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN (CSS da CGTP-IN) nasceu do compromisso histórico dos sindicalistas socialistas com a liberdade, a democracia e a justiça social. É herdeira directa da luta dos que, mesmo sob a ditadura, acreditaram que o sindicalismo é inseparável da emancipação humana e da construção de uma sociedade mais justa, solidária e igualitária. Hoje, perante um tempo de novos perigos – a ascensão da extrema-direita, o ataque à contratação colectiva e a tentativa de destruir o Estado Social –, torna-se urgente reforçar a Corrente e o movimento sindical português, como espaços de participação, democracia, combatividade, autonomia e convergência.

Unir para defender o sindicalismo democrático

A CGTP-IN, reconhecida normalmente como a maior organização social do país, foi construída sobre os princípios da unidade e da pluralidade, por um lado, e da luta pela liberdade e pela justiça social, por outro.

É essa diversidade, em que coexistem socialistas, comunistas, bloquistas, independentes, católicos e outros democratas e progressistas, que lhe dá força e legitimidade. Mas a unidade não pode ser confundida com unanimismo, nem a afirmação da pluralidade com divisão. O que dá sentido e substância à nossa intervenção é o debate livre, a convivência democrática e o respeito pelas diferenças.

A defesa intransigente da liberdade e a elevação permanente e inflexível da justiça social é o elemento agregador insubstituível da nossa acção comum. A liberdade é fundamental, mas somente com justiça social se completa – e, neste combate pela justiça social, todos somos poucos para a conquistar e salvaguardar.

A Corrente Sindical Socialista reafirma o seu papel essencial na defesa da democracia interna na CGTP-IN e na valorização do direito de tendência, consagrado nos seus Estatutos. Queremos uma CGTP-IN mais participativa, mais representativa de toda a classe trabalhadora e menos dependente de lógicas partidárias sectárias. Só uma confederação sindical verdadeiramente autónoma, unida na diversidade, pode ser o rosto da esperança dos trabalhadores e trabalhadoras em Portugal.

É com o respeito pelas diferenças entre sindicatos e confederações, agindo de acordo com os seus princípios e objectivos e sabendo, em cada circunstância, distinguir o que é principal do que é secundário, que se constroem as convergências e, em cada situação, se combatem e vencem os perigos e se ultrapassam os riscos para os trabalhadores e a democracia.

Democracia e autonomia: os pilares da intervenção e acção dos sindicalistas socialistas

O sindicalismo que defendemos é profundamente democrático e reivindicativo. Não se limita a protestar, propõe, constrói e negoceia. E, quando os considera positivos, celebra acordos.

Batemo-nos por um sindicalismo com autonomia política, financeira e organizativa, que represente os trabalhadores com base na força da razão e da justiça social, não na imposição de ideologias. Um sindicalismo livre, combativo e responsável, um sindicalismo que tem como referência a Esquerda plural, capaz de articular a luta com a negociação e de transformar reivindicações em conquistas concretas.

A autonomia sindical é, hoje, mais necessária do que nunca. Face à tentativa da direita e da extrema-direita de capitalizar o descontentamento popular para melhor atacar os direitos laborais e descredibilizar as organizações dos trabalhadores em geral e os ideais e os partidos da Esquerda plural em particular, é essencial afirmar o sindicalismo como espaço e escola de cidadania, democracia, igualdade e solidariedade.

Reforçar a Corrente, abrir caminho ao futuro

Reforçar a Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN é garantir que o movimento sindical português continua enraizado na acção e luta pela democracia e a justiça social. Para isso, é preciso crescer:

  • aumentar o número de militantes e simpatizantes da Corrente em todos os sindicatos, uniões e federações da CGTP-IN;
  • criar núcleos sectoriais e regionais, promovendo o debate e a formação política e sindical;
  • estabelecer pontes com os movimentos sociais, as comissões de trabalhadores e outras forças sindicais que partilhem os valores do trabalho digno e da justiça social;
  • aprofundar o diálogo com o Partido Socialista (PS), reforçando a ligação entre a Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN e a Tendência Sindical Socialista, para que o PS reforce a sua reflexão e acção no mundo do trabalho.

Um apelo à mobilização: trabalhadores que sejam militantes, simpatizantes, mulheres e jovens socialistas

A Corrente lança um apelo claro a todas e a todos os militantes e simpatizantes do Partido Socialista: sindicalizem-se, pois esse é um acto de militância democrática e socialista.

E, entre todos os sindicatos existentes, naturalmente que recomendamos os da CGTP-IN.

Os sindicatos são o coração da luta pelos direitos laborais e sociais – são o espaço onde se constrói o futuro dos trabalhadores. É aí que se defendem os salários, a igualdade, a negociação colectiva, o Estado Social e a própria democracia.

Dirigimo-nos também às mulheres socialistas, protagonistas insubstituíveis da luta pela igualdade, e aos jovens socialistas, aos jovens trabalhadores socialistas, que enfrentam a precariedade, o desemprego e a falta de perspectivas: o vosso lugar deve ser na primeira linha da acção sindical.

Participar nos sindicatos, ser delegado, integrar direcções sindicais – é assim que se combate o conservadorismo, o machismo, o racismo, a xenofobia e o populismo da extrema-direita. É assim que se constrói um futuro de trabalho digno e de esperança.

Combater a direita e a extrema-direita com solidariedade e progresso

A direita e a extrema-direita procuram dividir os trabalhadores, opondo nacionais a imigrantes, jovens a reformados, precários a efectivos, homens a mulheres. O seu projecto é o da desigualdade e do retrocesso social.

O nosso projecto é oposto – é um projecto de igualdade e solidariedade, de democracia e de progresso.

O combate à extrema-direita faz-se com estabilidade de emprego, salários dignos, serviços públicos eficientes, habitação acessível e sindicatos autónomos e democráticos. Faz-se na acção sindical nas empresas e com intervenções nas ruas – e começa pela participação activa dos trabalhadores organizados.

Reforçar a Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN e o sindicalismo em geral é, portanto, reforçar a própria democracia.

É garantir que o sindicalismo português continua a ser uma força de liberdade, igualdade e progresso social.

É afirmar que o futuro dos trabalhadores se constrói com participação, democracia, combatividade, autonomia e convergência.

Estes são os valores que desde sempre orientam a nossa acção.

Sindicaliza-te num sindicato da CGTP-IN e adere também à Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN.


Ação Socialista:

https://www.accaosocialista.pt/?edicao=1803#/1803/participacao-democracia-combatividade-autonomia-e-convergencia-reforcar-o-movimento-sindical-para-combater-a-direita-e-a-extrema-direita

07 outubro 2025

Trabalho Digno, Democracia e Paz: Compromisso com os Trabalhadores e com o Futuro

Neste Dia Mundial do Trabalho Digno, a Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN (CSS da CGTP-IN) reafirma o seu compromisso com a luta por uma sociedade mais justa, democrática e solidária, em que o trabalho digno seja uma realidade efectiva para todas as trabalhadoras e todos os trabalhadores.

O Trabalho Digno, como definido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pela Organização das Nações Unidas (ONU), assenta em quatro pilares fundamentais:

  1. O respeito pelos direitos no trabalho;
  2. O emprego de qualidade;
  3. A protecção social adequada;
  4. O diálogo social e a negociação colectiva.

Estes princípios são inseparáveis da defesa da democracia, do Estado Social e da paz — valores que a CSS da CGTP-IN coloca no centro da sua acção sindical e política.

Em Portugal e no mundo, o trabalho digno continua ameaçado pela precariedade, pelos baixos salários, pela desregulação das relações laborais e pela erosão dos direitos colectivos. As políticas neoliberais e o avanço da direita e da extrema-direita procuram subverter conquistas históricas dos trabalhadores e enfraquecer os sindicatos, atacando o direito à greve, a contratação colectiva e o princípio da igualdade, como mostram as propostas do Governo da AD (PSD/CDS) através do pacote laboral que nos querem impor.

Inspirados nos valores do socialismo democrático e nas normas internacionais da OIT — nomeadamente as Convenções n.º 87 e 98 sobre a liberdade sindical e o direito à negociação colectiva —, reafirmamos que não há democracia sem direitos laborais, nem trabalho digno sem sindicatos com ampla participação, livres e fortes.

A CSS da CGTP-IN partilha o apelo da Confederação Sindical Internacional (CSI): é tempo de transformar as promessas em acção.

É tempo de assegurar:

  • Salários justos e a valorização do trabalho;
  • A redução progressiva do horário de trabalho para as 35 horas semanais, sem perda de retribuição;
  • O combate efectivo à precariedade e às falsas formas de trabalho independente;
  • A igualdade salarial entre mulheres e homens;
  • A inclusão dos trabalhadores imigrantes, com direitos iguais para trabalho igual;
  • O reforço dos serviços públicos e da protecção social;
  • A transição digital e climática justa e sustentável, que una progresso económico, justiça social e protecção ambiental.

 

O Trabalho Digno é também um instrumento de Paz. A exploração, a desigualdade e a opressão alimentam os conflitos e corroem as democracias. Por isso, reafirmamos o nosso compromisso com o Direito Internacional, com as Nações Unidas e com o Secretário-Geral António Guterres, apoiando todos os esforços de mediação e diálogo que contribuam para pôr fim às guerras e assegurar um mundo de paz e solidariedade.

Hoje, como ontem, os sindicalistas socialistas e independentes da CGTP-IN assumem a sua responsabilidade histórica: unir, organizar e mobilizar os trabalhadores, fortalecer o sindicalismo democrático, autónomo e combativo para construir, com esperança e coragem, um futuro de dignidade, igualdade e justiça social.

Viva o Trabalho Digno!

Viva a Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN!

Viva a CGTP-IN!

Lisboa, 07 de Outubro de 2025

O Secretariado Nacional da CSS da CGTP-IN

Imagem IA

02 outubro 2025

Sindicalistas socialistas da CGTP-IN apoiam candidatos autárquicos do Partido Socialista (Ação Socialista n.º 1793 de 02.10.2025)

 Declaração de Apoio da Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN

às candidaturas do Partido Socialista nas eleições autárquicas de 12 de Outubro de 2025

A Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN (CSS da CGTP-IN), que desde sempre tem defendido a democracia, a autonomia sindical, a valorização do trabalho e a justiça social, manifesta publicamente o seu apoio às candidaturas do Partido Socialista às eleições autárquicas de 12 de Outubro de 2025.

Os 12 Compromissos Autárquicos 2025, apresentados pelo Partido Socialista, correspondem a um programa de ação transformador, centrado nas pessoas e no desenvolvimento sustentável das comunidades locais. A CSS da CGTP-IN identifica-se, entre outros, com os compromissos de:

  • promover o desenvolvimento económico de base local;
  • garantir habitação digna;
  • assegurar a sustentabilidade;
  • modernizar a administração pública, com transparência e responsabilidade;
  • reforçar os espaços de democracia local e de igualdade;
  • afirmar os ideais progressistas que inspiram o projecto do partido Socialista.

Sublinhamos, todavia, que a concretização plena destes compromissos exige também uma aposta determinada na valorização dos salários dos trabalhadores da administração local e no respeito pelas suas carreiras profissionais. São estes trabalhadores e trabalhadoras que asseguram diariamente o funcionamento dos serviços públicos de proximidade, nas escolas, nos serviços urbanos, na ação social, na cultura, na proteção civil, no ambiente e em tantas outras áreas vitais para a qualidade de vida das populações.

É igualmente fundamental que as autarquias socialistas assumam a liderança de um amplo programa de reabilitação e construção de habitação social, destinado a garantir que os trabalhadores e as suas famílias tenham acesso a casas com rendas acessíveis. Sem habitação condigna e justa não haverá coesão social, nem igualdade de oportunidades, nem fixação de jovens nas suas terras.

Sem trabalhadores motivados, respeitados e justamente remunerados, não haverá autarquias fortes nem serviços públicos de qualidade. É necessário pôr fim à precariedade ainda existente, garantir a actualização das carreiras e assegurar condições de trabalho que dignifiquem quem serve as populações.

A CSS da CGTP-IN apela, por isso, a todas as trabalhadoras e a todos os trabalhadores para que, no próximo dia 12 de Outubro, apoiem e reforcem as candidaturas do Partido Socialista nas suas freguesias e concelhos.

Só com autarcas socialistas comprometidos com as populações, com a valorização dos trabalhadores da administração local e com a aposta na habitação social será possível aprofundar a democracia, reforçar o Estado Social e construir um futuro mais justo, solidário e progressista para todos.

Viva o Poder Local Democrático!

Viva o Partido Socialista!

Lisboa, 02 de Outubro de 2025

CSS da CGTP-IN

Ação Socialista: