A propósito das
reuniões que, nos últimos dias, a Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN
realizou com as Mulheres Socialistas e a Juventude Socialista, entendemos que
se colocam a estas duas organizações desafios simultaneamente políticos,
sociais e civilizacionais.
Desafios que exigem uma resposta firme, coerente e articulada, à altura dos valores que inspiram o socialismo democrático e que as Mulheres Socialistas e a Juventude Socialista têm presente há muitos anos: igualdade, liberdade, solidariedade e justiça social.
1. As mulheres na linha
da frente da igualdade e da democracia
A luta das mulheres
trabalhadoras tem sido um dos pilares da transformação social em Portugal.
A sua participação nas
empresas, nos sindicatos, na política e nas instituições públicas contribuiu
decisivamente para o progresso do país desde o 25 de Abril.
No entanto, persistem
desigualdades: salariais, profissionais e, sobretudo, estruturais.
O novo contexto
laboral, com a intensificação da precariedade e a dificuldade em conciliar a
vida profissional e familiar, volta a colocar as mulheres sob enorme pressão.
São elas as primeiras vítimas de horários desregulados, de vínculos precários e
da insuficiência de apoios à maternidade e à infância.
É por isso que as Mulheres
Socialistas – Igualdade e Direitos, lideradas por Elza Pais,
assumem, em nosso entender, um papel decisivo.
A sua intervenção
continuará certamente a exigir a plena aplicação da Agenda do Trabalho Digno,
a combater os retrocessos que o Governo da AD (PSD/CDS) quer impor e a reforçar
a participação das mulheres nos sindicatos, nas empresas e nos órgãos de
decisão.
O desafio que lançamos
é claro: integrar os sindicatos, reforçar o sindicalismo que reivindica
salário igual para trabalho igual, horários compatíveis com a vida familiar e
políticas públicas que libertem as mulheres das desigualdades que ainda as
aprisionam.
2. A Juventude
Socialista perante a precariedade
A Juventude
Socialista, dirigida por Sofia Pereira, enfrenta talvez a missão
mais difícil da sua história recente: mobilizar uma geração que trabalha mais,
ganha menos e vive com menos segurança e esperança do que os seus pais.
O pacote laboral “Trabalho
XXI”, apoiado pela direita e pela extrema-direita, é uma verdadeira ameaça
para os jovens: legaliza novas formas de precariedade, fragiliza a contratação
colectiva e reduz o poder dos sindicatos.
A resposta tem de vir
também da juventude.
É essencial que os
jovens socialistas que entram no mercado de trabalho se sindicalizem,
participem nos sindicatos e assumam funções de direcção, tornando-se a nova
geração de delegados e dirigentes sindicais, no nosso caso, no seio do
movimento sindical associado à CGTP-IN.
O futuro do
sindicalismo e da democracia também depende da sua participação.
O combate à
precariedade e à exploração passa por transformar a indignação em acção, por
fazer da intervenção sindical um espaço de esperança, coragem e mobilização.
3. Alianças para um
novo ciclo de progresso social
As recentes reuniões
entre a Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN, as Mulheres
Socialistas e a Juventude Socialista mostraram que há terreno fértil
para a cooperação.
Há um combate comum:
o da defesa do Estado Social, da habitação, do ambiente, do trabalho digno, da
igualdade e da paz.
E há um propósito
comum: garantir que os valores de Abril continuam a orientar o futuro,
resistindo ao avanço do individualismo, da extrema-direita e da indiferença
social.
A acção convergente
entre as mulheres socialistas, a juventude socialista e os sindicalistas
socialistas é mais do que uma necessidade conjuntural — é uma exigência de
coerência histórica.
A nossa luta é pela
igualdade que emancipa, pela solidariedade que une e pela esperança que
transforma.
É este o caminho que
devemos percorrer juntos — no trabalho, nos sindicatos e na sociedade.
Ação Socialista:


