16 outubro 2025

Participação, Democracia, Combatividade, Autonomia e Convergência (Ação Socialista n.º 1803 de 16.10.2025)

Reforçar o Movimento Sindical para Combater a Direita e a Extrema-Direita

A Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN (CSS da CGTP-IN) nasceu do compromisso histórico dos sindicalistas socialistas com a liberdade, a democracia e a justiça social. É herdeira directa da luta dos que, mesmo sob a ditadura, acreditaram que o sindicalismo é inseparável da emancipação humana e da construção de uma sociedade mais justa, solidária e igualitária. Hoje, perante um tempo de novos perigos – a ascensão da extrema-direita, o ataque à contratação colectiva e a tentativa de destruir o Estado Social –, torna-se urgente reforçar a Corrente e o movimento sindical português, como espaços de participação, democracia, combatividade, autonomia e convergência.

Unir para defender o sindicalismo democrático

A CGTP-IN, reconhecida normalmente como a maior organização social do país, foi construída sobre os princípios da unidade e da pluralidade, por um lado, e da luta pela liberdade e pela justiça social, por outro.

É essa diversidade, em que coexistem socialistas, comunistas, bloquistas, independentes, católicos e outros democratas e progressistas, que lhe dá força e legitimidade. Mas a unidade não pode ser confundida com unanimismo, nem a afirmação da pluralidade com divisão. O que dá sentido e substância à nossa intervenção é o debate livre, a convivência democrática e o respeito pelas diferenças.

A defesa intransigente da liberdade e a elevação permanente e inflexível da justiça social é o elemento agregador insubstituível da nossa acção comum. A liberdade é fundamental, mas somente com justiça social se completa – e, neste combate pela justiça social, todos somos poucos para a conquistar e salvaguardar.

A Corrente Sindical Socialista reafirma o seu papel essencial na defesa da democracia interna na CGTP-IN e na valorização do direito de tendência, consagrado nos seus Estatutos. Queremos uma CGTP-IN mais participativa, mais representativa de toda a classe trabalhadora e menos dependente de lógicas partidárias sectárias. Só uma confederação sindical verdadeiramente autónoma, unida na diversidade, pode ser o rosto da esperança dos trabalhadores e trabalhadoras em Portugal.

É com o respeito pelas diferenças entre sindicatos e confederações, agindo de acordo com os seus princípios e objectivos e sabendo, em cada circunstância, distinguir o que é principal do que é secundário, que se constroem as convergências e, em cada situação, se combatem e vencem os perigos e se ultrapassam os riscos para os trabalhadores e a democracia.

Democracia e autonomia: os pilares da intervenção e acção dos sindicalistas socialistas

O sindicalismo que defendemos é profundamente democrático e reivindicativo. Não se limita a protestar, propõe, constrói e negoceia. E, quando os considera positivos, celebra acordos.

Batemo-nos por um sindicalismo com autonomia política, financeira e organizativa, que represente os trabalhadores com base na força da razão e da justiça social, não na imposição de ideologias. Um sindicalismo livre, combativo e responsável, um sindicalismo que tem como referência a Esquerda plural, capaz de articular a luta com a negociação e de transformar reivindicações em conquistas concretas.

A autonomia sindical é, hoje, mais necessária do que nunca. Face à tentativa da direita e da extrema-direita de capitalizar o descontentamento popular para melhor atacar os direitos laborais e descredibilizar as organizações dos trabalhadores em geral e os ideais e os partidos da Esquerda plural em particular, é essencial afirmar o sindicalismo como espaço e escola de cidadania, democracia, igualdade e solidariedade.

Reforçar a Corrente, abrir caminho ao futuro

Reforçar a Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN é garantir que o movimento sindical português continua enraizado na acção e luta pela democracia e a justiça social. Para isso, é preciso crescer:

  • aumentar o número de militantes e simpatizantes da Corrente em todos os sindicatos, uniões e federações da CGTP-IN;
  • criar núcleos sectoriais e regionais, promovendo o debate e a formação política e sindical;
  • estabelecer pontes com os movimentos sociais, as comissões de trabalhadores e outras forças sindicais que partilhem os valores do trabalho digno e da justiça social;
  • aprofundar o diálogo com o Partido Socialista (PS), reforçando a ligação entre a Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN e a Tendência Sindical Socialista, para que o PS reforce a sua reflexão e acção no mundo do trabalho.

Um apelo à mobilização: trabalhadores que sejam militantes, simpatizantes, mulheres e jovens socialistas

A Corrente lança um apelo claro a todas e a todos os militantes e simpatizantes do Partido Socialista: sindicalizem-se, pois esse é um acto de militância democrática e socialista.

E, entre todos os sindicatos existentes, naturalmente que recomendamos os da CGTP-IN.

Os sindicatos são o coração da luta pelos direitos laborais e sociais – são o espaço onde se constrói o futuro dos trabalhadores. É aí que se defendem os salários, a igualdade, a negociação colectiva, o Estado Social e a própria democracia.

Dirigimo-nos também às mulheres socialistas, protagonistas insubstituíveis da luta pela igualdade, e aos jovens socialistas, aos jovens trabalhadores socialistas, que enfrentam a precariedade, o desemprego e a falta de perspectivas: o vosso lugar deve ser na primeira linha da acção sindical.

Participar nos sindicatos, ser delegado, integrar direcções sindicais – é assim que se combate o conservadorismo, o machismo, o racismo, a xenofobia e o populismo da extrema-direita. É assim que se constrói um futuro de trabalho digno e de esperança.

Combater a direita e a extrema-direita com solidariedade e progresso

A direita e a extrema-direita procuram dividir os trabalhadores, opondo nacionais a imigrantes, jovens a reformados, precários a efectivos, homens a mulheres. O seu projecto é o da desigualdade e do retrocesso social.

O nosso projecto é oposto – é um projecto de igualdade e solidariedade, de democracia e de progresso.

O combate à extrema-direita faz-se com estabilidade de emprego, salários dignos, serviços públicos eficientes, habitação acessível e sindicatos autónomos e democráticos. Faz-se na acção sindical nas empresas e com intervenções nas ruas – e começa pela participação activa dos trabalhadores organizados.

Reforçar a Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN e o sindicalismo em geral é, portanto, reforçar a própria democracia.

É garantir que o sindicalismo português continua a ser uma força de liberdade, igualdade e progresso social.

É afirmar que o futuro dos trabalhadores se constrói com participação, democracia, combatividade, autonomia e convergência.

Estes são os valores que desde sempre orientam a nossa acção.

Sindicaliza-te num sindicato da CGTP-IN e adere também à Corrente Sindical Socialista da CGTP-IN.


Ação Socialista:

https://www.accaosocialista.pt/?edicao=1803#/1803/participacao-democracia-combatividade-autonomia-e-convergencia-reforcar-o-movimento-sindical-para-combater-a-direita-e-a-extrema-direita

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