Os
portugueses sabem hoje que, pela primeira vez nesta década, a meta orçamental
do défice definida pelas regras europeias vai ser cumprida neste ano de 2016,
escapando assim Portugal a qualquer processo por défice excessivo. Esta é uma
grande conquista de Portugal e dos portugueses – demonstrando que havia
efetivamente um outro caminho para além do da austeridade sobre austeridade – e
é um facto tão incontornável, que já nem a oposição de direita se atreve a pôr
em causa.
Também
a meta definida pelo Governo para a taxa de desemprego está a ser atingida e já
nem a direita o contesta, o que é um sinal encorajador, ainda que este seja um
drama que continua a necessitar de ser combatido com determinação e continuará
a sê-lo por parte do Governo do PS.
Perante
estes factos, a que assistimos por parte da direita e, em particular do PSD? Ao
ressuscitar de alguns dos fantasmas da sua governação para um discurso
catastrofista, anunciando todos os dias o fim do mundo para o dia seguinte,
ainda que a realidade o desminta a cada dia que passa. Foi o que vimos nos
últimos dias a cargo de Passos Coelho, Maria Luís Albuquerque e até do
ex-ministro Poiares Maduro, três protagonistas do passado, a quem o mínimo de
bom senso aconselharia alguma contenção.
Porque
o país não esquece o entusiasmo de Passos Coelho com a austeridade “para além
da troika”.
Porque
o país não esquece que Maria Luís Albuquerque foi a ministra que empurrou com a
barriga os problemas gravíssimos do sistema financeiro, como o BANIF, a CGD e o
BES, que escondeu cartas da Comissão Europeia nos cofres, que promoveu um
brutal aumento de impostos sem nunca conseguir atingir qualquer das metas
orçamentais a que se propôs, mesmo com quatro orçamentos retificativos, porque
anunciou o final da sobretaxa, sabendo-se hoje que isso era, afinal, mais uma
mentira e uma cedência ao mais puro populismo pré-eleitoral.
Porque
o país não esquece que Poiares Maduro foi o ministro que arrasou o investimento,
com um atraso inconcebível na execução dos fundos comunitários, que aliás não
soube sequer negociar com Bruxelas. A título de exemplo, os pagamentos às
empresas do Portugal 2020 eram, à sua saída como ministro, de apenas 5 milhões,
e são agora de 300 milhões de euros em apenas 9 meses de Governo do PS, ou os
3155 projetos que agora já foram pagos com fundos europeus e que eram apenas
15, repito 15!, quando Poiares Maduro deixou de ser ministro.
O
país teria muito a ganhar com a existência de projetos políticos claros e
alternativos para que os portugueses possam escolher entre eles. Mas o PSD, a
quem tal competiria como maior partido da oposição, parece refugiado no
passado, não apresenta uma proposta séria e credível, perdendo todo o seu tempo
nas críticas tremendistas e catastrofistas, anunciando a iminente descida do
Diabo à terra. É verdadeiramente penoso o espetáculo que proporciona ao país e
aos portugueses.
Nos
próximos meses iremos entrar no processo de elaboração do Orçamento de Estado
para 2017, que será um Orçamento de consolidação do caminho já efetuado e de
reforço das políticas de combate à desigualdade, depois de 2016 ter sido o ano
da recuperação de rendimentos das famílias portuguesas. Este é um esforço que
tem mobilizado o Governo e outros órgãos de soberania e, em geral, o conjunto
dos portugueses.
Uma
boa oportunidade para o PSD renunciar ao seu já longo período de negação e, ao
contrário do que sucedeu vergonhosamente em 2016, avançar com propostas
alternativas.
Aqui
chegados, o país já percebeu que, ao contrário do que a propaganda da direita
fez constar, o Governo não precisa de aplicar nenhum “plano B” ao caminho que
encetou. Quem verdadeiramente carece,
como de pão para a boca, de um “plano B” é a oposição de direita e, muito em
particular, o PSD de Passos Coelho e Maria Luís!
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